Deputado disse que polêmicas são por ele ‘falar a verdade’
O deputado federal, pelo Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro (de saída do PP), criticou a manifestação feita contra ele, na manhã desta quarta-feira (22), durante a entrega da Medalha Tiradentes, entregue no Comando-Geral da Polícia Militar em Campo Grande. Sobre a participação de mulheres no protesto, o parlamentar questionou se elas são lésbicas.
“Eles não têm o que fazer. Essa polêmica existe porque eu sou contra a distribuição do kit gay nas escolas e porque falo a verdade”, justificou. Durante entrevista, o deputado levantou outra polêmica ao questionar a sexualidade das manifestantes. “Mulheres aonde? Só se forem lésbicas. Mulher contra mim por quê? Porque sou heterossexual?” indaga.
Bolsonaro também falou sobre o envolvimento da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Mato Grosso do Sul) na manifestação. “A instituição esteve à frente do movimento dos militares quando assumiram o poder e não gostam que eu fale sobre isso. Vamos debater civilizadamente. Estou pronto para discutir isso”, ressaltou.
No início a manifestação contava com cerca de 40 pessoas, até o fim do evento o movimento ganhou um pouco mais de força e chegou a ter 50 manifestantes protestando contra o parlamentar, com cartazes de repúdio a homenagem realizada nesta manhã. Um pequeno grupo formado por cinco pessoa defendeu a homenagem.
Questionado sobre a polêmica provocada pela entrega da Medalha Tiradentes ao parlamentar, o governador do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB) disse que a decisão foi da Polícia Militar e destacou que se trata de uma homenagem pelo trabalho prestado na Segurança Pública. “Democracia é isso, uns são contra, outras a favor. Não entro na questão pessoal e sim no trabalho prestado por ele”, justificou.
Quanto às notas de repúdio emitidas por grupos de gays, pelo deputado estadual Pedro Kemp (PT), pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), e pela OAB/MS, Azambuja alegou que não recebeu os pedidos. “Não recebi nenhum papel solicitando que o deputado não fosse homenageado”, afirmou.
Bolsonaro foi indicado pela Associação dos Oficiais Militares de Mato Grosso do Sul para receber a honraria. A associação afirma que ele é um ‘grande defensor das polícias militares do Brasil e de seus integrantes’. A entidade revela que o parlamentar serviu o Exército Brasileiro no município de Nioaque, como capitão, entre os anos 1979-1981, durante a ditadura militar.
Mesmo após a homenagem, o parlamentar continua em Campo Grande, no entanto, não houve confirmação de que ele tenha outras agendas oficiais na Capital.