Moradora afirma que empreiteira deixou buraco existente para quebrar e tapar novo

Após vídeos feitos pela população levantarem suspeitas sobre a Operação Tapa-Buracos mantida com contratos milionários em Campo Grande, empreiteiras teriam passado a abrir crateras nos ‘pontos de fissura’ para depois fechar. Novos flagrantes foram feitos por leitores do Jornal Midiamax, e colocam em dúvida a explicação oficial para os supostos buracos fantasmas. Antes, empreiteira e poder público afirmaram que os serviços feitos em locais onde os moradores não viam buracos serviam para ‘fechar fissuras’. No entanto, mudaram a forma de tratar o suposto problema após as denúncias.

Segundo leitora do Jornal Midiamax que mora na região das Moreninhas, ela filmou operários de uma empreiteira quebrando com picaretas o asfalto onde aparentemente não havia buraco. O flagrante aconteceu nesta quinta-feira (9) em uma rua da Vila Moreninha 2 e deixou a moradora desconfiada de que há desperdício de dinheiro público.

“Eles estiveram aqui na Rua Barueri, quebrando o asfalto (com uma picareta). Um quebrava, o outro jogava o resto do asfalto no  caminhão, outro molhava e jogava o piche, para passar a máquina. Eles fizeram isso em metade da rua Barueri, mas onde tinha buraco não taparam”, denunciou.

A moradora disse que filmou o serviço na frente dos funcionários da empreiteira, que chegaram a questioná-la. Porém, segundo ela, mesmo com a câmera ligada, os funcionários continuaram a quebrar o asfalto.

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax também recebeu denúncia de moradores do Bairro São Francisco. Segundo denúncia, parte do asfalto que apresentava fissura foi totalmente quebrado, para que funcionários fizessem o serviço de tapa-buraco.

Quando a leitora do Jornal Midiamax flagrou o chamado “tapa-buraco fantasma”, a empreiteira alegou ter fissuras no asfalto que precisavam ser arrumadas, mas a justificativa foi rechaçada pela oposição. Segundo a vereadora Thais Helena (PT), não há previsão de serviço de ‘tapa-fissura’ nos contratos feitos com empreiteiras. Ela ainda ressalta que o serviço de tapa-fissura é diferente do de tapa-buraco, que gasta mais material.

Segundo dados enviados pela  prefeitura, nos últimos cinco anos foram gastos R$ 372,5 milhões com tapa-buraco, sendo R$ 51,9 milhões em 2010, 64,5 milhões em 2011, R$ 109,9 milhões em 2012 (último ano da gestão de Nelsinho Trad-PMDB), R$ 68,2 milhões em 2013, R$ 71,2 milhões no ano passado e R$ 6,69 milhões nos dois primeiros meses deste ano.

 

 


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