Moradores cobram asfalto em bairro loteado há mais de 50 anos em Campo Grande

Uma das moradoras conta que teve que pagar mais R$ 10 mil pelo imóvel, porque havia uma promessa de asfalto no bairro há quatro anos

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Uma das moradoras conta que teve que pagar mais R$ 10 mil pelo imóvel, porque havia uma promessa de asfalto no bairro há quatro anos

Indignados com a falta de ações do poder público, moradores da Vila Nascente em Campo Grande denunciam ao Midiamax que ruas que existem há pelo menos 50 anos nunca foram asfaltadas ou tiveram acesso a rede de esgoto. Uma das moradoras conta que teve que pagar mais R$ 10 mil pelo imóvel, porque havia uma promessa de asfalto no bairro. Contudo, a prefeitura informou que ainda não há previsão de asfaltamento para este local.

“Por que mais de 50 anos na poeira? Quando fui comprar o lugar há quatro anos, em 30 dias tive que pagar R$ 10 mil a mais, porque a prefeitura prometeu asfaltar aqui. Além disso, já tive que mandar fazer três fossas nesse pouco tempo”, lamentou a bancária aposentada Rosele Almeida, 54 anos, que ainda pregou uma placa em frente à residência denunciando o descaso.

No terreno, quatro casas geminadas foram construídas e cada morador paga um IPTU de R$ 1.043. “É muito caro para pouco retorno”, disse. Rosele foi mais longe e começou a recolher os lixos que encontrou pela rua para despertar nos moradores a consciência ambiental.

“Já enterramos dois cachorros mortos que encontramos por aqui. Só porque não tem asfalto as pessoas não tem respeito. Se cobrassem pelo quilo, você produziria tanto lixo assim?”, questiona a moradora ainda que recolheu telhas e pintou frases ambientais e de incentivo.

O pedreiro José Rodrigues da Silva, 67 anos, morador há 30 anos da Vila Nascente disse já ter visto muita promessa de asfalto. “Vou plantar umas flores aqui na Rua Kioto, ver se os outros moradores animam a manter ao menos a rua limpa”, afirmou.

Outro morador, que não quis se identificar, começou por conta própria a cimentar a rua. “Há sete anos quando eu mudei, com ajuda de outros vizinhos, comecei a jogar restos de cimento de construção na rua, para tentar diminuir a poeira já que o poder público não faz nada”, explicou.

Segundo o empresário Anderson Villalba, 52 anos, o descaso com o bairro é ainda maior, já que a região é cheia de nascentes de rios. “É só chover que inunda tudo também. Encharca tudo e a falta de redes de esgoto e pluvial aumenta o problema”, afirmou o morador do bairro desde 1998.

No Facebook os moradores se reuniram para trocarem ideias sobre melhorias e opções para o bairro, por meio do grupo “Vila Nascente. Se essa rua fosse minha…”. Uma das sugestões é enviar um projeto para a Prefeitura de Campo Grande pedindo que as ruas fossem munidas de blocos ecológicos.

A concessionária responsável pelos serviços de água e coleta e tratamento de esgoto de Campo Grande, Águas Guariroba, informou que a previsão de esgotamento para a Vila Nascente é de que até o final de 2015 esteja por completo, por meio do Programa Sanear Morena 3, lançado em abril do ano passado.

A empresa ainda informou que a previsão é que Campo Grande esteja 100% atendida pela rede de esgoto até 2025, em todos os 418 bairros, com investimento de R$ 636 milhões. Atualmente, 69% da cidade tem a rede de esgoto disponível.

Já a prefeitura informou que, quanto ao asfalto, a gestão de Alcides Bernal (PP) ainda planeja a partir do Plano Plurianual de 2014 a 2017 quais bairros serão asfaltados. A assessoria disse não ter ainda a informação deste bairro específico. Além disso, a prefeitura informou que não foram encontrados documentos da gestão de Nelsinho Trad (PMDB), com previsões ou recursos destinados a este bairro.

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