Com o aumento de focos, principalmente em pastagens, Corpo de Bombeiros montou equipes com militares que deveriam estar de folga. O número de chamadas que colocam em risco a patrimônio aumentou bastante nos últimos dias.

A umidade relativa do ar está em níveis críticos (abaixo de 30%). Neste domingo, 4, a previsão é que fique entre 20 e 15 em muitas cidades de Mato Grosso do Sul. Para agravar a situação, a coordenadora técnica e meteorologista do Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul (Cemtec/MS), Cátia Cristina Braga Rodrigues, informa que, de acordo com os modelos meteorológicos, não há previsão de chuva para Mato Grosso do Sul, até o dia 8 de setembro.

Na tarde deste sábado, 3, a reportagem flagrou um incêndio em pastagem, na região do macro-anel na saída para São Paulo, que colocava em risco algumas residências. Uma equipe do corpo de Bombeiros que retornava do município de Sidrolândia – onde fazia combate de fogo em canavial – parou para impedir que as chamas chegassem até as casas.

Segundo Cátia Braga, durante os próximos dias, a umidade relativa do vai baixar muito. “De acordo com a climatologia, no município de Água Clara, por exemplo, a umidade do ar mínima ficará em 10%. Na capital, Campo Grande, a umidade deve baixar para 15% (considerado estado de emergência)”, informa a meteorologista.

O corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul revela que no mês de agosto o número de incêndios aumentou, isso devido a baixa umidade relativa do ar. A umidade permaneceu em torno de 20%. “Esse tempo seco é propício a incêndios. A população deve ficar em alerta”, comenta o chefe da assessoria de comunicação dos Bombeiros de Mato Grosso do Sul, coronel Joilson de Paula.

Neste ano, os bombeiros registraram 2.623 ocorrências de incêndio no Estado. Sendo que 632 no mês de agosto e dessas 232 ocorrências só na Capital. O triplo comparado com o mesmo período do ano passado. “Na maioria dos casos o incêndio é causado por limpeza de terreno. Mesmo sendo proibido as pessoas ainda tem este terrível hábito”, comenta o coronel.

Quem for pego ateando fogo poderá receber uma multa que varia de R$ 1.300 a R$ 5.200. “Às vezes a pessoa acha que esta é a melhor forma para se economizar, mais está equivocada. Além da multa altíssima os malefícios que traz à saúde são muitos, e o barato sai caro”, explica De Paula.

Nesta época do ano o coronel ressalta a importância de ter cuidados até com hábitos corriqueiros. “O tempo está muito seco e qualquer faísca já é o suficiente para causar um incêndio fora do controle. Devemos ter muito cuidado até com as bitucas de cigarro que se jogam na rua”, alerta De Paula.

Por conta do tempo seco e consequentemente o aumento de focos de incêndio, foram montadas equipes com militares do Corpo de Bombeiros deveriam estar de folga, mas que passaram a compor um grupo especialmente designada para combate de fogo em pastagens. Na capital são três equipes com cinco militares para atender o município e região. (Com informações do Corpo de Bombeiros, Ministério da saúde e Cemtec).