Água encobriu parte da avenida Gunter Hans, derrubou árvore em Centro Espírita e forçou alguns moradores do bairro Santo Antônio a buscar abrigo em outra localidade

A intensa chuva que cai sobre Campo Grande desde o início da semana passada tem apavorado moradores da cidade, principalmente os que habitam os bairros distantes do centro. No Santo Antônio, por exemplo, alguns afetados pelos alagamentos estão saindo de suas casas.

Já na avenida Gunter Hans, perto do Hospital Regional,a água encobriu a via que liga a cidade de Sidrolândia e os motoristas tiveram de usar o canteiro para escapar da água.

E na conhecida estrada da Gameleira, já na zona rural do município, uma árvore caiu no refeitório do Centro Espírita União do Vegetal – Núcleo São Joaquim. Por sorte, ninguém se feriu.

O presidente da entidade, Celso Nantes, disse que durante a queda da árvore, uma ingazeira, não havia ninguém no prédio. O Corpo de Bombeiros foi acionado.

Mudanças

Após a constante chuva que cai em Campo Grande desde o início da semana, que alagou diversos bairros causando transtornos a população, alguns moradores do bairro Santo Antonio estão preparando as mudanças ou retirando a água de dentro das residências.

A reportagem retornou ao bairro, já afetado na semana passado, e encontrou o representante comercial Rogério Nantes, 39, morador da rua Promissão com a mulher e dois filhos, preparando a mudança.

“Isso é devido às obras lá em baixo [Via Morena] que não drena a água”, disse Rogério. Ele está mudando para o distrito de Anhanduí por conta dos quatro alagamentos que sofreu neste ano.

A uma quadra dali, na rua Antônio João Ferreira, o Corpo de Bombeiros fazia a sucção da água na casa da dona de casa Marli Aparecida Vieira, 46.

Segundo os militares, a expectativa é a da retirada de pelo menos 10 mil litros de água do local, um trabalho que exige no mínimo quatro horas.

Para piorar, no local há um poço que mina água e uma fossa séptica. Nestor Nunes, de 59 anos, marido de Marli, que sofre de câncer, teve de ir para a casa de um dos filhos para não entrar em contato com a água da chuva.

“Estou dormindo na casa da vizinha, por enquanto o jeito é continuar aqui, está muito difícil de alugar casa, a maioria das imobiliárias pede fiador e três meses adiantado”, conta Marli.

O Corpo de Bombeiros informou que pelo menos mais seis casas do bairro seriam atendidas com o bombeamento.

O agravante desta e outras casas deve-se também ao fato de elas terem sido construídas num nível abaixo da rua.

Noutra quadra do bairro, na Travessa Jalisco, a dona de casa Cleonice Aparecida de Paula Carvalho, 48, enquanto aguardava os bombeiros, retirava junto com familiares a água que toma conta da varanda e entra na casa. Os bombeiros já retiraram água do local três vezes nesta semana.

Vizinho de Cleonice, Gelson de Brito, 59, também sofre com as chuvas. “Se bombear aqui, a água do vizinho vem e alaga de novo”, diz o comerciante.

A previsão para este domingo é de mais chuvas em todo o Estado, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Em Campo Grande a mínima será de 19ºC, e a máxima de 28ºC.