Com R$ 32 milhões dos cofres públicos, obras para resolver problemas com chuvas estão enroladas
Algumas obras tocadas com dinheiro público para contornar os efeitos das chuvas também se tornaram problemas. Canteiros fazem aniversário e atrapalham o trânsito em vários pontos da cidade
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Algumas obras tocadas com dinheiro público para contornar os efeitos das chuvas também se tornaram problemas. Canteiros fazem aniversário e atrapalham o trânsito em vários pontos da cidade
Como a maior parte das grandes cidades brasileiras, Campo Grande tem problemas com as chuvas. Mesmo sendo uma cidade plana, a rápida impermeabilização do solo com asfalto e concreto e a falta de projetos para captação das águas pluviais, segundo os especialistas, estão criando pontos críticos em toda a capital.
Alguns canteiros de obras tocadas com dinheiro público para contornar os problemas das chuvas estão, no entanto, se tornando, eles próprios, problemas. Na avenida Ernesto Geisel, marginal ao córrego Anhanduí, vários trechos simplesmente desmoronam e estão precariamente sinalizados. Motoristas precisam de atenção e paciência redobradas pois o trânsito fica tumultuado.
Neste ano, novos pontos da cidade recém contruídos, com dinheiro público, simplesmente estouraram com a força das chuvas. Foi assim que as avenidas Ceará e Ricardo Brandão também ficaram inutilizadas em trechos estratégicos, causando mais transtornos. Mais dinheiro foi liberado, em caráter de emergência, para as obras que se arrastam há meses.
O professor de arquitetura e urbanista Ângelo Arruda se espanta com a forma como as obras são tocadas. “Nas obras de retificação da canalização do córrego Prosa para melhorar a drenagem e acabar com as enchentes, nunca vi nessa cidade uma obra pública tão largada. Os operários trabalham na beira da avenida, não há sinalização suficiente – placas, homens orientando, etc; máquinas pesadas trabalham na linha do limite do perigo, torcendo para não cair no córrego”, reclamou em artigo.
Segundo o arquiteto, o descaso causa prejuízos visíveis aos contribuintes. “As avenidas, no final do dia, são largadas com entulhos da obra do dia, sem limpeza, trato da coisa pública. Além de tudo, na época da chuva, o que se fazia na obra a chuva levava, encarecendo uma já tão cara obra pública”, alertou.
Na Ceará está sendo feito o término da parede da galeria de 168 metros de comprimento com 4 metros de profundidade por 8 de largura. Além das paredes, a galeria da avenida Ceará está “praticamente pronta”, segundo o engenheiro Carlos Fuginaka.
Após o término das galerias e das três alças que darão acesso da Ricardo Brandão para Ceará e vice-versa, serão necessários, aproximadamente 500 caminhões de terra para a terraplanagem do local que já começou.
A obra que tem previsão de término para dezembro desse ano custou até agora R$ 20 milhões de reais liberados pelo Ministério da Integração.
Outro ponto que causa tumulto com engarrafamento de veículo é no cruzamento da avenida Mato Grosso com a Nelly Martins.
Ali estão sendo feitas obras para a contenção de enchentes, pavimentação asfáltica e recuperação do Fundo de Vale do Córrego Prosa, que é uma sub-bacia do Córrego Sóter no cruzamento.
A contenção, orçada em R$ 4,2 milhões prevê a construção de uma galeria de concreto medindo 3,5 metros por 6,0 metros com a extensão de 80 metros.
Já na avenida Ernesto Geisel, as chuvas do início do ano causaram erosões nas margens do córrego.
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