As chuvas que atingem o Rio de Janeiro desde o começo da semana já deixaram 223 mortos em todo o Estado e obrigaram mais de 40 mil pessoas a saírem de suas casas, segundo informações do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil estadual.

Desde a virada do ano, o Rio foi bastante prejudicado pelas fortes chuvas. Em janeiro, elas causaram a morte de mais de 50 pessoas em Angra dos Reis e deixaram cerca de 4.400 desalojados. A Defesa Civil contabilizou 47.984 em todo o Estado, em 2010. São 40.482 pessoas sem casa desde a última segunda-feira (5).

O órgão ainda registrou 11.749 desabrigados desde o início do ano, sendo 11.562 somente no período de segunda até este sábado. O município de São Gonçalo é o mais prejudicado, com 8.718 desabrigados, seguido por Niterói, com 1.272. A Defesa Civil ainda informou que havia 544 pessoas desabrigadas na cidade do Rio, neste sábado.

Risco de escorregamento

O Alerta Rio –sistema de alerta de chuvas intensas e de deslizamentos em encostas, da prefeitura–, informou que o risco de escorregamentos na cidade do Rio de Janeiro passou de alto para médio na tarde deste sábado.

Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, o risco mudou em razão da previsão de ausência de chuvas ou de chuvas fracas nas próximas horas. Desde a última terça-feira (6), o risco de escorregamentos era alto.

Mortos

As novas vítimas confirmadas são de Niterói. Até a noite deste sábado, os bombeiros registraram 63 mortos no Rio e 140 em Niterói. Segundo a corporação, os corpos retirados do morro do Bumba (Niterói) já chegam a 31.

As chuvas também causaram mortes na cidade do Rio (63), em São Gonçalo (16), em Nilópolis (1), em Petrópolis (1), em Magé (1) e na região de Pacarambi (1).

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou neste sábado que determinou a retirada “imediata” dos moradores do morro do Céu, lixão em Niterói vizinho ao morro do Bumba, onde cerca de 30 corpos soterrados já foram resgatados. ‘É uma área de risco iminente, coisa dantesca. Vamos tirá-los de lá imediatamente’, declarou Cabral.

O governador afirmou que aproveitará um Termo de Ajustamento de Conduta firmado há cinco anos entre o Ministério Público Estadual e a Prefeitura de Niterói para desapropriar cerca de 200 casas do morro do Céu. A localidade vizinha ao morro do Bumba também corre risco de desabamento.

Segundo o governador, a desapropriação no morro do Céu –onde funciona o atual aterro controlado de Niterói– será feita ‘agora’. Cabral não informou, porém, uma data precisa para dar início aos processos.