Cerca de 250 famílias tiveram de deixar suas casas nesta segunda-feira (15) em Mato Grosso por causa de alagamentos provocados pelas fortes chuvas que atingem o Estado desde quinta-feira.
A maior parte dos desalojados e desabrigados é de Barra do Bugres (170 km a oeste de Cuiabá), que decretou situação de emergência ontem.
A cheia do rio Paraguai, que corta a cidade de 35 mil habitantes, deixou 156 pessoas desalojadas e 52 desabrigadas. Pelo menos 12 pessoas ficaram feridas e uma casa foi totalmente destruída.
Quedas de barreiras nas estradas do município também deixaram comunidades rurais isoladas. Segundo a Defesa Civil, seis cabeceiras de pontes ruíram com a forte correnteza.
A região tem registrado recordes de precipitação: nos últimos cinco dias, choveu 90% do esperado para todo o mês de fevereiro na estação de Diamantino (100 km ao norte de Barra do Bugres). Foram 219,2 mm, contra a média histórica de 240 mm para o mês, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
Em Cuiabá, também choveu acima do normal: nos últimos cinco dias, a cidade registrou 85% do total de chuvas esperado para o mês.
Ontem, 30 famílias que moravam em áreas de risco na cidade, à beira de córregos em que deságua o rio Cuiabá, tiveram de ser removidas. A água chegou à altura do joelho em algumas casas.
Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, José Pedro Zanep, o rio Cuiabá subiu muito desde domingo por causa das fortes chuvas em sua cabeceira, a 100 km ao norte da cidade.
De acordo com Zanep, as águas da cabeceira do rio demoram de 30 a 40 horas para chegar a Cuiabá. Como choveu muito ontem na região, a expectativa da Defesa Civil é que a situação piore até esta quarta e só a partir de quinta as águas voltem a baixar.
Deve continuar a chover forte hoje na região sul do Mato Grosso, segundo o Inmet. A Defesa Civil Estadual afirma que está monitorando a elevação dos rios da região.
