Calor e chuva fazem explodir a dengue; 350 casos por dia

Segundo a Sesau, de janeiro até 8 de fevereiro foram 8.122 casos suspeitos; lotados, os postos de saúde recebem os pacientes e fazem as notificações

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Segundo a Sesau, de janeiro até 8 de fevereiro foram 8.122 casos suspeitos; lotados, os postos de saúde recebem os pacientes e fazem as notificações

Na última semana, quando Campo Grande registrou calor intenso e ao menos três dias de chuva, e os casos de dengue explodiram. Segundo os dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), são 8.122 casos da doença de janeiro até o dia 8 de fevereiro.

Mas, a partir do dia 4 deste mês, quando Mato Grosso do Sul registrou dias de estiagem, os postos de saúde começaram a atender em média todos os dias 350 pacientes com os sintomas da doença. (Leia abaixo)

A Capital vive um verdadeiro quadro de epidemia de dengue, segundo a Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde. Para se ter uma ideia, na última semana em apenas um dia o posto do Vila Almeida registrou 1008 atendimentos de pacientes com suspeita de dengue.

 Em janeiro, um jovem faleceu na mesma unidade de saúde por problema relacionado à doença. O laudo que atestaria dengue ainda não está pronto. (Leia matéria relacionada)

No ano passado, ocorreram dois óbitos, um em maio e outro em dezembro. Somente nos 3 primeiros dias de 2010 foram 148 notificações, enquanto que no mês de janeiro de 2008 foram 149 notificações.

A Prefeitura chama a atenção da população e atribui o problema a falta de conscientização das pessoas por deixar acumular lixos nos terrenos e com isso, fazem aumentar os focos da doença. Já no Portal Caiobá, na região do Coophavila II, os moradores sentem-se isolados das campanhas e por conta própria decidiram fazer uma caçada ao Aedes Aegypti na última semana.

Toda aquela área que abrange o Jardim Tarumã é considerada a mais critica da cidade.

Já os bairros na saída para Cuiabá têm sido exemplos positivos de combate à doença, segundo o secretário de Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

A Sesau informa que a reintrodução dos sorotipos I e II da doença também contribuiu para a epidemia. Segundo ela, as pessoas estão mais suscetíveis a esses sorotipos.

Houve também a reintrodução dos sorotipos I e II que tinham circulado no ano de 1998 e 2002. Com isso, no começo do ano, havia uma população suscetível a novas infecções. Para piorar, Campo Grande enfrentou o problema da resistência ao larvicida que não estava matando como deveria e pelo tempo que deveria. Outro produto foi adquirido pelo Governo Federal.

Sintomas

Após a picada do mosquito, os sintomas se manifestam a partir do terceiro dia. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias.O intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É depois desse período que os sintomas aparecem:

Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da doença raramente ocorre em temperaturas abaixo de 16° C, sendo que a mais propícia gira em torno de 30° a 32° C. A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente e úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve. É importante lembrar que os ovos que carregam esse embrião podem suportar até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito. Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o aedes demora em média dez dias.

Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois deste acasalamento, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos.

O Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois no momento não dói e nem coça.

Segundo uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a fêmea do Aedes voa até mil metros de distância de seus ovos. Com isso, os pesquisadores descobriram que a capacidade do mosquito é maior do que os especialistas acreditavam. Até então, eles sabiam que o Aedes só se distanciava cem metros.

Alerta do Ministério da Saúde

A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos casos, e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.

O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três.

Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e conseqüências como a morte.

Transmissão

A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. Seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti que, após um período de 10 a 14 dias, contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida. O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito adulto vive em média 45 dias.

Dengue Clássica Febre alta com início súbito• Forte dor de cabeça• Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos• Perda do paladar e apetite• Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores• Náuseas e vômitos• Tonturas• Extremo cansaço• Moleza e dor no corpo • Muitas dores nos ossos e articulações.

Dengue Hemorrágica

Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta:• Dores abdominais fortes e contínuas.

Vômitos persistentes • Pele pálida, fria e úmida• Sangramento pelo nariz, boca e gengivas• Manchas vermelhas na pele• Sonolência, agitação e confusão mental• Sede excessiva e boca seca• Pulso rápido e fraco• Dificuldade respiratória• Perda de consciência. Na dengue hemorrágica o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas.

De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem. O objetivo do Ministério é que esse número seja reduzido a menos de 1%.

Tratamento

Ao ser observado o primeiro sintoma, deve-se buscar orientação médica no posto de saúde mais próximo. As pessoas que já contraíram a forma clássica da doença devem procurar, imediatamente, atendimento médico em caso de reaparecimento dos sintomas agravados com os sinais de alerta, pois correm o risco de estar com dengue hemorrágica, que é o tipo mais grave.

Todo tratamento só deve ser feito sob orientação médica.

(Com informações do Portal da saúde: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=23620&janela=1)

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