A CPI das Bets entrou na reta final com um novo capítulo da briga entre a relatora, Soraya Thronicke (Podemos-MS), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), apontado como um membro da “bancada das bets” e protagonista do esvaziamento da investigação aberta no Senado.
Na sessão desta terça-feira (27), a senadora anunciou um pedido formal de substituição de Ciro Nogueira na composição do colegiado, para “preservar a credibilidade” dos trabalhos, e expôs uma contradição do colega sobre a relação dele com um empresário investigado pela comissão.
A solicitação da senadora foi protocolada na esteira da revelação de uma viagem de Ciro Nogueira a Mônaco em um jato do empresário piauiense Fernando Oliveira Lima. Investigado na CPI das Bets, Fernandin OIG, como é conhecido, é apontado como o responsável pela popularização do “jogo do tigrinho” no Brasil. A carona ao senador foi revelada pela revista Piauí.
Em reação, o senador subiu o tom contra a relatora. “Senadora acusada de auxiliar lobista a extorquir investigado não tem credibilidade”, disse ao Estadão.
A acusação trocada está atrelada a um outro personagem que marcou a CPI e acabou sendo decisivo para a implosão dos trabalhos. O lobista Sílvio Barbosa de Assis foi acusado por empresários de tentar extorqui-los pedindo pagamentos em troca de blindagem na comissão. Entre os que teriam sido sondados, Fernandin OIG.
Assis é próximo de Soraya Thronicke e tinha uma irmã nomeada no gabinete da senadora. A parlamentar afirma que a acusação é falsa e que vinha sofrendo ameaças e intimidações de senadores que atuam conforme interesses das bets.
O pedido para excluir Ciro Nogueira da CPI foi apresentado ao líder do bloco Aliança no Senado, senador Hiran Gonçalves (PP-RR). Ele é o presidente do colegiado que investiga os impactos das apostas. Procurado, não respondeu sobre como vai deliberar.
“A presente solicitação de substituição deste membro fundamenta-se na necessidade de preservar a imparcialidade e a credibilidade dos trabalhos investigativos desta CPI”, destacou a parlamentar.
Como mostrou o Estadão, o Senado tem uma espécie de “bancada das bets” composta por parlamentares que defendem interesses das casas de apostas.
A comissão de inquérito tem sido marcada por sessões esvaziadas e falta de foco. A expectativa dos próprios senadores é a de que os resultados da investigação sejam mínimos. Iniciada em 12 de novembro de 2024, ela foi prorrogada em 30 de abril. O novo prazo final é 14 de junho.
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