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Brasil

Pesquisa mostra que 11 milhões de brasileiros fazem uso arriscado de apostas

1,4 milhão de apostadores desenvolveram transtornos de jogo, com prejuízos pessoais, sociais ou financeiros
Agência Estado -
Apostas online
Apostas online (Joédson Alves, Agência Brasil)

No radar de autoridades e especialistas, os jogos de apostas têm chegado a um número significativo de brasileiros. Pesquisa feita pela Federal de (Unifesp) mostra que 10,9 milhões de pessoas fazem uso perigoso de apostas no Brasil.

Os dados fazem parte do Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) feito para o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Como o Estadão revelou, as informações apontam que adolescentes são o grupo mais vulnerável ao vício em apostas.

Novas informações divulgadas pela Unifesp nesta segunda-feira, 7, indicam que, do total de apostadores no País, 1,4 milhão desenvolveu transtornos de jogo, com prejuízos pessoais, sociais ou financeiros.

Pela primeira vez o estudo da Unifesp reúne dados sobre o vício em jogos de apostas, incluindo aquelas online, as chamadas “bets”. A pesquisa levou em consideração uma amostra de 16 mil pessoas com 14 anos ou mais, classificadas como adolescentes (14 a 17 anos) e adultos (18 anos ou mais).

Para definir a exposição ao risco associado aos jogos, a pesquisa considerou a escala Problem Gambling Severity Index (Índice de Severidade do Jogo Patológico, em tradução livre).

A escala PGSI serve para classificar os apostadores de acordo com nível de risco a partir de perguntas que fazem um mapeamento do comportamento. A escala apura se a pessoa apostou mais do que poderia perder; se, após apostar, voltou para tentar recuperar o dinheiro perdido por meio de outra aposta; se as apostas causaram problemas financeiros, entre outras informações.

A pesquisa destaca que 9,3 milhões de pessoas usam bets no Brasil, o que coloca a modalidade como a segunda na preferência dos brasileiros, ganhando inclusive do jogo do bicho. O principal ambiente de apostas no País continua sendo a loteria.

“Os dados do levantamento evidenciam a crescente popularidade dos jogos de apostas no Brasil, impulsionada pelas plataformas online”, indica o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, professor titular da Unifesp e diretor da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (Uniad).

A grande quantidade de apostadores de bets ganha contornos preocupantes quando relacionada à propensão desses jogadores de utilizarem as plataformas de maneira danosa.

De acordo com o estudo, os apostadores de bets têm “chances expressivamente aumentadas” de fazer um uso de risco ou problemático desses jogos. Os dados mostram que, entre os jogadores de bets, 66,8% fazem uso de risco ou problemático das plataformas. O porcentual é bem menor entre apostadores de outras modalidades: 26,8%.

A pesquisa também acendeu o alerta para a prática de apostas por adolescentes. Conforme o estudo, 10,5% dos jovens entre 14 e 17 anos disseram ter jogado no último ano, e 55,2% dos apostadores nessa faixa etária estão na zona de risco.

“Do ponto de vista neurobiológico, adolescentes têm um controle inibitório menor, uma capacidade de controlar os impulsos menor. E, por outro lado, uma ativação maior das emoções”, explica o psiquiatra Gustavo Estanislau, membro do Instituto Ame Sua Mente

Restrições e mudança de narrativa

Os pesquisadores recomendam uma série de medidas para que o poder público proteja a saúde da população em relação às apostas Entre elas, os especialistas indicam que é preciso restringir propagandas e patrocínios de empresas de apostas que levem à exposição de menores de idade a esses conteúdos.

O uso de publicidade de bets em jogos de é um dos pontos mais sensíveis em relação à questão. Autoridades e especialistas em saúde e educação têm defendido a restrição desse tipo de propaganda nos estádios, por exemplo.

Outro ponto abordado pelos pesquisadores da Unifesp é a necessidade de mudar a narrativa sobre os jogos de apostas. Eles criticam o jargão “Jogo Responsável”, que é utilizado frequentemente para tratar o tema.

Os cientistas indicam que é preciso promover campanhas que mostrem que comportamentos de risco não são normais e abandonar o discurso de que é possível haver um “jogo responsável”.

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