Uma mulher de 31 anos procurou a polícia para denunciar que foi estuprada coletivamente dentro da própria casa, em Juiz de Fora (MG). Um fotógrafo e quatro vigilantes do condomínio onde ela mora são suspeitos pelo crime.
A vítima contou à polícia que estava em uma festa com duas amigas no último domingo, 6, quando o fotógrafo se ofereceu para levá-la para casa. A mulher tinha ido ao local de carro, mas, por ter bebido, preferiu não voltar dirigindo. O fotógrafo, então, levou o veículo dela.
No caminho para casa, a mulher usou o celular para pedir ajuda a um amigo contando que bebeu demais. Ele, então, foi até a residência da vítima, onde a encontrou e auxiliou. O amigo pediu um carro por aplicativo para levar o fotógrafo de volta à festa, e deu carona para uma das mulheres que estavam com ela.
A mulher não ficou sozinha em casa. Uma das amigas que foi à festa com ela, a mãe dela e duas crianças também dormiam no local, conforme a Polícia Militar.
Fotógrafo voltou à casa e pulou o muro
O fotógrafo teria voltado ao condomínio dirigindo o próprio carro pouco tempo depois. Ele foi até a aguarita e disse aos vigilantes que iria buscar as amigas na casa da vítima. Os funcionários teriam, então, enviado uma mensagem para a moradora pedindo permissão, mas o recado não foi respondido, segundo o boletim de ocorrência.
O suspeito então entrou no condomínio e vai até a residência da mulher, acompanhado de quatro seguranças, que estavam em motos. As imagens de segirança, às quais a polícia teve acesso, msotraram o homem pulando o muro da casa. Na sequência, um dos vigilantes pega a escada uma construção próxima e também entra. Ele ainda abre o portão para os outros colegas.
A mulher contou à polícia que acordou sendo violentada por ao menos dois homens, enquanto outros observavam. Ela teria perdido a consciência em seguida e despertou novamente por volta das 3h.
Ao checar o sistema de monitoramento, a vítima viu videos que mostravam a entrada dos suspeitos por volta da 0h30 e saíram após as 2h. Os homens ficaram quase 2 horas na casa da vítima.
A mulher foi até o hospital, onde foi constatado o abuso sexual e a unidade de saúde acionou a Polícia Militar.
Caso foi registrado como estupro de vulnerável e é investigado pela Polícia Civil, mas ninguém foi preso até o momento. Suspeitos e testemunhas foram intimados e exames periciais são feitos, informou a Delegacia de Atendimentos à Mulher ao UOL.
O UOL procurou o grupo de segurança responsável pela contratação dos vigilantes e aguarda retorno.
Defesa de fotógrafo diz que ele se apresentou à polícia e vai provar a Inocência.
Como buscar ajuda e denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima.
*Informações jornal UOL
Como denunciar casos de violência?
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra as mulheres. O atendimento é gratuito e funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, via telefone ou WhatsApp: (61) 9610-0180.
O Ligue 180 presta os seguintes atendimentos: orientação sobre leis, direitos das mulheres e serviços da rede de atendimento; localidade dos serviços especializados da rede de atendimento; registro e encaminhamento de denúncias aos órgãos competentes.
Vítimas de violência também podem recorrer à Casa da Mulher Brasileira, localizada na Rua Brasília, Jardim Imá, em Campo Grande (MS) – Telefone: (67) 2020-1300. Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar, por meio do 190.