Pular para o conteúdo
Brasil

Justiça condena ex-prefeito de Marajá do Sena que desviou verbas e construiu só 0,13% da escola

Desvio ultrapassou R$ 96 mil em verbas federais
Agência Estado -
Divulgação

A Justiça Federal condenou o de Marajá do Sena – município com cerca de 8 mil habitantes no interior do Maranhão, a 400 quilômetros de São Luís -, Manoel Edivan Oliveira da Costa (PDT), o Edivan Costa, a cinco anos e seis meses de reclusão pelo desvio de R$ 96.737,62 em verbas federais destinadas à construção de duas escolas.

Segundo a ação movida pelo Ministério Público Federal, apenas 25,06% da construção de uma das escolas foi feita. A outra escola teve só 0,13% da obra executada. Marajá do Sena tem o segundo pior IDH educacional maranhense.

A reportagem do Estadão busca contato com a defesa. O espaço está aberto para manifestação de Manoel Edivan, que terá que devolver o valor do desvio, acrescido de correção monetária, para reparação do dano causado ao patrimônio público.

O ex-prefeito também está proibido de exercer funções públicas por cinco anos. Ainda cabe recurso da decisão.

A sentença acolheu acusação do Ministério Público Federal. As verbas foram repassadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), por meio de convênio firmado com o município, em 2014, para a construção das escolas.

Quando foi eleito pela primeira vez, em 2008, seu plano de governo previa a construção, reforma e ampliação de escolas na zona rural da cidade.

A Justiça Federal concluiu que o MPF “demonstrou que as verbas não foram aplicadas no objeto do convênio, caracterizando o desvio de recursos públicos”.

Parecer técnico da Diretoria de Gestão, Articulação e Projetos Educacionais do FNDE indica que apenas 25,06% da construção de uma das escolas foi realizada. A outra escola teve apenas 0,13% da obra executada.

De acordo com a sentença da 1.ª Vara Federal no Maranhão, as obras não foram concluídas dentro do prazo estabelecido, que era 30 de setembro de 2016, e a prestação de contas, obrigatória até 31 de agosto de 2018, não foi apresentada.

O MPF também aponta que, embora Manoel Edivan tenha deixado o cargo de prefeito em dezembro de 2016, antes do fim do prazo para a prestação de contas, seu sucessor não conseguiu apresentar as contas devido à falta de documentos e informações sobre o andamento das obras.

“Dessa forma, o sucessor adotou as providências legais necessárias visando o resguardo do patrimônio municipal, tal como o ajuizamento de ação civil pública por ato de administrativa contra o ex-prefeito”, destaca a Procuradoria.

Na sentença, a Justiça absolveu o ex-prefeito do crime de responsabilidade pela não prestação de contas, porque considerou que ele estava impossibilitado de fazê-lo, já que não estava mais no cargo ao final do prazo desta obrigação legal. Mas a decisão foi favorável aos pedidos do MPF no que se refere ao crime de responsabilidade pelo desvio dos recursos públicos, pelo qual Manoel Edivan foi condenado.

Para a Justiça Federal, ficaram provadas as irregularidades e inexecução parcial das obras.

A Justiça concluiu que “o modo escancarado como se deu o desvio dos recursos públicos impressionou, inclusive pela iniludível crença na impunidade, reforçada pelo pouco caso que fez o réu da investigação e, por que não dizer, da ação penal”.

“Tal postura, na mesma medida que viola princípios básicos da administração pública, a desacreditar as instituições, humilha o cidadão e contribuinte, a merecer resposta penal proporcional”, diz a sentença.

Marajá do Sena possui o segundo pior IDH educacional do estado do Maranhão, de apenas 2,99. Segundo a decisão, “ainda assim, o réu subtraiu às famílias desse município a possibilidade de ver seus filhos contarem com duas escolas básicas”.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

VÍDEO: Onça volta a rondar casa e assusta moradores de Corumbá

trt/ms

Começa na segunda-feira inscrições para estágio no TRT de MS

Botafogo anuncia contratação do goleiro equatoriano Cristhian Loor, de 19 anos

PRF apreende 3,5 toneladas de maconha em Eldorado

Notícias mais lidas agora

No pantanal das onças grito de socorro

No Pantanal das onças, de quem é o grito de socorro que ninguém está ouvindo?

procurador-geral supremo stf

STF diz que é ilegal, mas Papy mantém em procurador-geral comissionado na Câmara

feminicídio corumbá

Mulher morre após ser incendiada em Corumbá e MS soma 15 vítimas de feminicídio em 2025

Moraes converte prisão de Carla Zambelli de preventiva para definitiva

Últimas Notícias

Polícia

Suspeitos de matar adolescente em Campo Grande são presos

Autores atiraram contra policiais e tentaram fugir

Trânsito

Motorista é presa bêbada após acidente grave em Campo Grande

Homem que conduzia motocicleta teve traumatismo cranioencefálico

Esportes

Memphis marca 1º gol da vitória da Holanda sobre a Finlândia nas Eliminatórias da Europa

Holanda e Finlândia compõem o Grupo H, que conta ainda com Polônia, Lituânia e Malta

Brasil

Barroso: ‘Constituição brasileira permite que tudo possa chegar à Suprema Corte’

Presidente do STF reforçou que numa democracia há espaço para todas ideologias políticas