O TSE já formou maioria para condenar Jair Bolsonaro (PL) por abuso de poder e deixar o ex-presidente inelegível por 8 anos.

Isso porque foi formada maioria dos votos na corte nesta sexta-feira (30), em nova sessão de julgamento. O placar está 4 x 1 e votaram pela condenação: Benedito Gonçalves (relator), Floriano Marques, André Ramos Tavares e Cármen Lúcia, a última nesta manhã.

O único voto contra até agora foi o de Raul Araújo. Ainda faltam os votos de Nunes Marques e Alexandre de Moraes, que não podem mais reverter a decisão. O ex-presidente pode recorrer da inelegibilidade ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Votação

O ex-presidente é investigado pela reunião com embaixadores. Nela, ele atacou, sem provas, a credibilidade do sistema eleitoral. O encontro foi transmitido pela estatal TV Brasil, em julho de 2022.

O primeiro voto foi do relator da ação, o ministro Benedito Gonçalves, que foi favorável à inelegibilidade de Bolsonaro. Ele afirmou que o político foi “integral e pessoalmente” responsável pela concepção intelectual e realização da reunião.

Já Raul Araújo divergiu do relator. Ele falou por cerca de 1h40 ontem — nas últimas semanas, o ministro vinha sendo pressionado por aliados de Bolsonaro para pedir vista (mais tempo para análise), o que poderia adiar o processo por 30 ou até 60 dias.

Terceiro a votar, Floriano de Azevedo Marques Neto seguiu o relator e apontou intenções eleitoreiras de Bolsonaro ao convocar a reunião. O ministro disse que ter um entendimento contrário a isso seria dar uma “pirueta”.

André Ramos Tavares foi o último a votar ontem e também foi favorável à inelegibilidade. Para o ministro do TSE, não houve um “mero diálogo institucional”, mas uma fala coordenada para manipular com mentiras os eleitores.