Pular para o conteúdo
Brasil

Acionada pelo MP, PF no Pará constata invasões de fazendeiros em aldeias Parakanã

Os invasores, no entanto, se retiraram do local antes da chegada dos policiais
Agência Brasil -
Sede da Polícia Federal em Brasília (Foto: Agência Brasil)

Em incursão realizada nesta terça-feira, 17, na Apyterewa, no Pará, a Polícia Federal constatou a invasão, por parte de fazendeiros, em área onde estão duas aldeias do povo Parakanã. Os invasores, no entanto, se retiraram do local antes da chegada dos policiais.

As informações foram divulgadas pelo Ministério Público Federal (MPF), que acionou a superintendência da corporação em Belém e o delegado da PF em Redenção – cidade mais próxima da Apyterewa – após receber denúncias de ameaças de invasão da terra indígena localizada entre os municípios de São Félix do Xingu e Altamira

A PF diz que não houve ameaças diretas aos indígenas, mas indica que os fazendeiros enviaram, na segunda-feira, 16, homens e animais para as proximidades de uma das aldeias.

“Segundo os indígenas da comunidade, os homens disseram que a aldeia deveria ser removida e que a terra era dos fazendeiros, numa tentativa de ocupar o território indígena. A tensão paira sobre outras aldeias na mesma área, onde vários invasores permanecem com rebanhos”, informou o MPF em nota.

O órgão diz estudar medidas para garantir a segurança dos indígenas e informou ter pedido relatório da Polícia Federal sobre a incursão na área. A Fundação Nacional do Índio (), também acompanha o caso.

O MPF recebe relatos de ameaças desde domingo, 15, quando foram enviados ao órgão áudios em que indígenas narram que foram avisados da organização, por fazendeiros, de equipes para atacar aldeias recém-abertas.

De acordo com a Procuradoria, a terra indígena Apyterewa foi homologada em 2007, sendo que em 2010, a em Redenção ordenou ao governo federal que promova a “desintrusão – quando invasores são retirados de uma terra indígena que já passou por todas as etapas de demarcação”. O órgão diz que tal medida chegou a ser prometida durante a fase de licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte, mas nunca ocorreu.

Em 2020, os procuradores acionaram a Justiça novamente pedindo a imposição de multa à União e à Funai pela demora no cumprimento da decisão judicial. Até o momento a solicitação não foi analisada.

O MPF diz que, após a ordem judicial de “desintrusão” da Apyterewa, “grileiros com maior poder econômico investiram numa disputa judicial” para tentar “protelar a retirada dos invasores”. Nos últimos anos, garimpos e serrarias foram reativadas dentro da terra indígena, indica o órgão. “Em 2020 e 2021, os invasores eram tantos e tão ousados que chegaram a atacar com bombas fiscais ambientais e servidores da Funai que trabalhavam na área”, aponta o Ministério Público Federal.

No entanto, as investidas de invasores da terra indígena e de grileiros acabaram barradas também pelo Supremo Tribunal Federal, indicam os procuradores. Somente em 2022, a corte máxima negou pedido para reverter a ordem de “desintrução” da Apyterewa e até uma tentativa de anular a demarcação da reserva, proibindo, “definitivamente, a permanência de não indígenas na terra indígena”, segundo o MPF.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Durante chuva forte em Campo Grande, asfalto cede e abre ‘cratera’ na Avenida Mato Grosso

Bebê que teve 90% do corpo queimado após chapa de bife explodir morre na Santa Casa

Com alerta em todo o Estado, chuva forte atinge Campo Grande e deixa ruas alagadas

Tatuador que ficou cego após ser atingido por soda cáustica é preso por violência doméstica

Notícias mais lidas agora

Menino de 4 anos morre após tomar remédio controlado do pai em Campo Grande

Pedágios

Pedágio em rodovias da região leste de MS fica 4,83% mais caro a partir do dia 11 de fevereiro

Vítimas temem suposta pressão para abafar denúncias contra ‘fotógrafo de ricos’ em Campo Grande

Morto por engano: Trabalhador de usina foi executado a tiros no lugar do filho em MS

Últimas Notícias

Política

‘CPI do Consórcio Guaicurus’ chega a 10 assinaturas e já pode tramitar na Câmara

Presidente da Câmara, Papy (PSDB) não assinou pedido da CPI após defender mais dinheiro público para empresas de ônibus em Campo Grande

Cotidiano

Decisão de Trump de taxar aço pode afetar exportação de US$ 123 milhões de MS

Só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou 123 milhões de dólares em ferro fundido para os EUA

Transparência

MPMS autoriza que ação contra ex-PGJ por atuação em concurso vá ao STJ

Ação pode anular etapa de concurso por participação inconstitucional de Magno

Política

Catan nega preconceito após Kemp pedir respeito à professora trans

Fantasia de ‘Barbie’ da professora não foi considerada exagerada por outros deputados