Padre se revolta e retira pedras colocadas em viaduto de SP para população de rua não poder ficar

Imagens do padre Júlio Lancelotti quebrando pedras embaixo do viaduto Dom Luciano Mendes de Almeid, na avenida Salim Farah Maluf, na Zona Lesta de São Paulo, viralizaram e chamaram atenção de quem passava no local. O ato foi simbólico para protestar contra a atitude da prefeitura que colocou pedras no local para que as pessoas […]

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Imagens do padre Júlio Lancelotti quebrando pedras embaixo do viaduto Dom Luciano Mendes de Almeid, na avenida Salim Farah Maluf, na Zona Lesta de São Paulo, viralizaram e chamaram atenção de quem passava no local. O ato foi simbólico para protestar contra a atitude da prefeitura que colocou pedras no local para que as pessoas em situação de rua não possam ficar lá.

“Foi um gesto de indignação”, disse uma das vozes mais ativas no trabalho com a população de rua de São Paulo. Segundo o pároco, há no local duas escavadeiras, cinco caminhões, duas vans com técnicos e mais de trinta trabalhadores retirando os pedregulhos. “Eu vejo isso como uma improbidade administrativa, porque há um custo para colocar o concreto e para retirar”, afirmou à Vejinha.

As obras foram finalizadas no último domingo (31) por uma empresa contratada pela prefeitura. “A gente faz porque é obrigado, mas até aperta o coração tirar o teto de quem já mora na rua”, disse um dos trabalhadores em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

Em resposta, a administração municipal afirmou que não tinha conhecimento da obra.  E irá apurar os fatos e o servidor responsável pela ação já foi exonerado do cargo, mas não foi divulgado nem o nome e cargo.

O religioso diz que ficou durante toda a manhã no viaduto. “Eles [a prefeitura] estão incomodados porque há gente capturando imagens da ação, então mandaram tirar as escavadeiras rapidamente”, relata o padre.

“Uma cidade que tem tanta demanda, áreas de risco, córregos abertos, falta de moradia, uma série de coisas, gastar tempo e dinheiro nisso? Fazer uma obra higienista, desumana e hostil? É cruel”, criticou.

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