Em novembro, o coordenador geral do museu foi a Glasgow, na Cúpula do Clima, apresentar os projetos do MUCA numa área sob concessão gerenciada pela Ama Brasil, um organização da sociedade civil de interesse público (Oscip), em parceria com Ministério do Meio Ambiente e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Além de abrigar coleções da fauna e flora amazônica, o MUCA terá participação da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e outros objetivos, como estudar animais, plantas e microrganismos “Será o primeiro laboratório avançado da selva”, afirma Moura.
Bioeconomia
Valorizar as cadeias de bioeconomia e gerar renda para a população local também estão no foco. Dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) apontam que o setor movimenta cerca de ¤ 2 trilhões no mundo e gera mais de 22 milhões de empregos.
Até 2030, diz a entidade, a bioeconomia deve responder por 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) de seus países membros. Essa taxa pode ser maior conforme a biodiversidade local. No Brasil há mais de 100 mil espécies animais e 45 mil plantas identificadas
O salário de Diogo, de cerca de R$ 1,8 mil vem do Pagamento por Serviço Ambiental (PSA), mecanismo de remuneração de produtores rurais que mantêm a floresta em pé.
Um projeto piloto foi montado entre o MUCA e o governo federal para a produção de cacau, cúrcuma e gengibre na área da Flona do Tapajós. Em fase experimental, é o passo inicial para alavancar a produção com carbono zero e que prevê ainda desenvolver biocosméticos e fármacos.
A certificação de produtos e a ponte com a indústria serão outras atribuições do museu. Diretora para a América Latina da Biossance, empresa de biotecnologia e cosméticos, parceira do projeto, Camila Farnezi diz que o potencial da floresta pode ser aproveitado sem a extração em escala , com a reprodução de moléculas bioidênticas de plantas locais.
“É daqui que sairão respostas para problemas como as doenças que podem surgir e que já existem. Como estaremos preparados se não começarmos a fazer isso agora e manter a floresta em pé?”, destaca Diogo. “A Amazônia é o centro do mundo.”