Após desabamento com mortes, prefeitura de Altinópolis (SP) fecha 19 grutas

Depois do desmoronamento que soterrou e matou nove bombeiros civis na gruta Duas Bocas, a prefeitura de Altinópolis, no interior de São Paulo, decidiu proibir o acesso ao interior de todas as 19 cavernas existentes no município. A medida se baseou em laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) mostrando que a estrutura da gruta […]

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Foto: Reprodução
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Depois do desmoronamento que soterrou e matou nove bombeiros civis na gruta Duas Bocas, a prefeitura de Altinópolis, no interior de São Paulo, decidiu proibir o acesso ao interior de todas as 19 cavernas existentes no município. A medida se baseou em laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) mostrando que a estrutura da gruta que desabou apresentava fissuras e infiltrações. Os peritos recomendaram a interdição temporária até que essa e outras grutas da região passassem por avaliação de risco para desabamentos.

O acidente aconteceu na madrugada de 31 de outubro, quando 28 bombeiros civis participavam de um treinamento sobre técnicas de salvamento em cavernas. Após o desmoronamento, peritos do IPT e do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) fizeram uma vistoria no local e emitiram um laudo, recomendando a interdição temporária da gruta Duas Bocas e a realização de monitoramento “constante e sistemático” nas demais grutas existentes na região, visando identificar possíveis áreas instáveis.

No último dia 11, o prefeito José Roberto Ferracin Marques (PSD) determinou a interdição e pediu ajuda ao IPT, órgão estadual, para realizar os estudos sobre a segurança das estruturas. Conforme o prefeito, os proprietários das terras onde as cavernas estão localizadas foram notificados para realizar os estudos geológicos e o plano de manejo por conta própria, caso pretendam permitir o acesso ao interior das grutas.

A decisão provocou reclamações de donos de hotéis e empresas que exploram o turismo na região. No sábado, 13, a prefeitura permitiu que os turistas tivessem acesso à parte externa da gruta do Itambé, a mais visitada do município. De acordo com o diretor de turismo, André Moraes Ferrão, a chegada até a boca da caverna, sem adentrar a estrutura, não oferece risco. O local foi sinalizado com faixas e placas.

De acordo com Ferrão, o Vale das Grutas é o principal atrativo turístico da cidade e a prefeitura vai apoiar os donos de áreas com cavernas que pretendam fazer o plano de manejo. Neste fim de semana prolongado pelo feriado da República, hotéis e pousadas da região estavam praticamente lotados.

O empresário Sebastião Abreu, proprietário da Real Life, empresa que fazia o treinamento dos bombeiros atingidos pelo desmoronamento, disse que o fechamento não prejudica a atividade “O treinamento em grutas é feito de forma esporádica e eventual para complementar as técnicas de salvamento em mata, que fazem parte do currículo do curso”, disse.

A gruta Duas Bocas, onde nove bombeiros civis morreram soterrados pela queda da estrutura – uma décima vítima foi retirada com vida dos escombros e sobreviveu -, é uma formação rochosa formada por arenito.

Diferente das grutas formadas por rochas calcárias, como as do Vale do Ribeira, as cavernas de arenito estão mais sujeitas à erosão pela infiltração de água, sendo mais instáveis. A Duas Bocas fica ao lado da Gruta do Itambé, muito procurada pelos turistas em razão das cachoeiras do entorno, mas é menos visitada devido à dificuldade de acesso.

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