Líderes e entidades que atuam na defesa dos direitos humanos criticaram as declarações do vice-presidente, (PRTB), sobre um dos principais torturadores das na Ditadura Militar, coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, durante uma entrevista à emissora alemã Deutsche Welle.

“(…) ele foi meu comandante no final dos anos 70 do século passado, e era um homem de honra e um homem que respeitava os direitos humanos de seus subordinados. Então, muitas das coisas que as pessoas falam dele, eu posso te contar, porque eu tinha uma amizade muito próxima com esse homem, isso não é verdade”, afirmou Mourão.

Para o presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, os elogios mostrariam que o vice-presidente “não se importa” com os crimes atribuídos ao militar.

“Não pairam dúvidas sobre o cometimento do crime de tortura pelo coronel Ustra. Quando alguém lhe presta homenagens, como fez o vice-presidente Mourão, a pessoa não está negando que ele tenha torturado seres humanos, está apenas revelando que não se importa com isso”, registrou no Santa Cruz, cujo pai, desapareceu durante a Ditadura Militar.

Por meio de nota, a Human Rights Watch no Brasil também manifestou repúdio às declarações de Mourão. Segundo a entidade, o vice, assim como o presidente, Jair Bolsonaro, estaria tentando “reescrever a história”.

Ustra é apontado por dezenas de sobreviventes da Ditadura Militar como um dos principais torturadores do regime que durou entre 1964 e 1985.