Pular para o conteúdo
Brasil

Fundador da Ricardo Eletro presta depoimento ao Ministério Público

O fundador da rede de varejo Ricardo Eletro está depondo no Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), no âmbito do inquérito que apura a suspeita de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro que resultou na deflagração, ontem (8), da Operação Direto Com O Dono. Nunes, que está preso em caráter temporário desde a manhã de ontem, […]
Arquivo -

O fundador da rede de  Ricardo Eletro está depondo no Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), no âmbito do inquérito que apura a suspeita de sonegação fiscal e que resultou na deflagração, ontem (8), da Operação Direto Com O Dono.Fundador da Ricardo Eletro presta depoimento ao Ministério Público

Nunes, que está preso em caráter temporário desde a manhã de ontem, em , é investigado como o principal beneficiário de um esquema criminoso que, segundo promotores e delegados, desviou cerca de R$ 400 milhões do cofres públicos.

Sua filha Laura Nunes, que chegou a ser detida com autorização judicial no início da manhã desta quarta-feira, foi liberada ontem mesmo, após prestar depoimento à Polícia Civil. O mandado de prisão expedido pela Vara de Inquéritos de Contagem (MG) e cumprido foi, posteriormente, revogado pela 3ª Vara Criminal de Contagem.

O mesmo juiz revogou também o mandado de prisão do superintendente da Ricardo Eletro, Pedro Daniel Magalhães, depois que a defesa de Magalhães garantiu que ele se apresentaria voluntariamente para depor. O mandado de prisão do executivo não havia sido cumprido porque Magalhães não foi encontrado. A expectativa é que ele preste depoimento ainda hoje.

Segundo os promotores e o delegado que cuidam do caso, por cerca de pelo menos dez anos, a Ricardo Eletro fraudou os cofres mineiros, deixando de repassar ao governo estadual o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços () que cobrava de seus clientes.

“A empresa cobrava o ICMS dos consumidores – o que é comprovado pelas notas fiscais [devidamente emitidas] -, mas não repassava esses valores ao estado. Ao longo de dez anos ela se portou dessa forma”, disse, ontem, o promotor de Justiça Fábio Reis de Nazareth, ao explicar a jornalistas, por videoconferência, detalhes da investigação. “Ela [empresa] tinha como política empresarial a sonegação fiscal”, acrescentou o promotor, afirmando que os valores sonegados eram então usados para pagar por despesas de Nunes e outros investigados, ou diluído por empresas patrimoniais criadas em nomes de laranjas, incluindo parentes do fundador da rede de varejo.

“O que se nota é um empobrecimento da rede, que chegou praticamente à bancarrota, abrindo um processo de recuperação extrajudicial”, disse o promotor, referindo-se ao plano de pagamento de dívidas negociado com credores em 2019 – e que não contempla a renegociação das dívidas tributárias que a Ricardo Eletro tem com o governo de Minas Gerais e de outros estados.

“De outro lado, observamos o enriquecimento de seu principal sócio [Ricardo Nunes], que utilizava empresas de fachada para ocultar o patrimônio que, direta ou indiretamente, adquiria com os proveitos da sonegação fiscal, o que caracteriza a lavagem de dinheiro, crime mais grave”, acrescentou Nazareth.

Agência  não conseguiu contato com o advogado de Nunes. Em nota enviada ontem, a Ricardo Eletro informou que desde 2019 o empresário e seus parentes não fazem mais parte do seu quadro de acionistas, nem da administração da companhia. Versão contestada pelos promotores de Justiça e pelo delegado a frente do inquérito policial, Vitor Abdala, que afirmam ter provas de que, na prática, o empresário continua respondendo pelas principais decisões do grupo.

“A Ricardo Eletro pertence a um fundo de investimento em participação, que vem trabalhando para superar as crises financeiras que assolam a companhia desde 2017, sendo inclusive objeto de recuperação extrajudicial devidamente homologada perante a Justiça, em 2019”, diz a nota, sem fazer qualquer menção ao fato de que as dívidas com estados não são alvo do plano extrajudicial.

A empresa também sustentou que “a operação realizada pelo Ministério Público de Minas Gerais, pela Receita Estadual e pela Polícia Civil, faz parte de processos anteriores à gestão atual da companhia e dizem respeito a supostos atos praticados por Ricardo Nunes e familiares, não tendo ligação com a companhia”.

Em relação à dívida com o estado de Minas Gerais, a Ricardo Eletro disse que “reconhece parcialmente as dívidas e que, antes da pandemia, estava “em discussão avançada com o estado” para acertar o pagamento dos tributos passados, em consonância com as leis estaduais”.

Ontem, ao falar com jornalistas, o superintendente regional da Fazenda mineira, Antonio de Castro Vaz de Mello Filho, disse que há anos a empresa adota uma “estratégia” de negociação de forma a ser favorecida e, assim mesmo, manter as práticas pelas quais é investigada.

“[Anteriormente] Quando cobrada, a empresa parcelava sua dívida e começava a pagá-la. Houve parcelamentos que ela pagou por mais de um ano”, disse o superintendente. “Só que, durante esse tempo, ela voltava a omitir o recolhimento mensal. Ou seja, a cada vez que ela fazia um novo reparcelamento, ela aumentava sua dívida, pois deixava de pagar [o valor devido pelo] mês em que estava pagando [os débitos atrasados]. Ela continua fazendo isso, pois [recentemente] entrou com novo pedido de parcelamento da dívida junto a Advocacia-Geral do estado”, acrescentou Filho.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Primeira convocação de Ancelotti na seleção tem data e horário definidos pela CBF

Justiça aceita denúncia contra Pablo Marçal por colocar 32 pessoas em risco no Pico dos Marins

Suspeito de matar trabalhador esfaqueado após briga em Campo Grande continuará preso

avião

Aviação brasileira teve melhor abril da história em movimentação; 8 milhões viajaram

Notícias mais lidas agora

trechos urbanos br 163 campo grande ms

Concessão bilionária terá que resolver trechos urbanos, considerados os mais perigosos da BR-163

Prefeita Adriane Lopes

Com voto do relator pela absolvição, julgamento da chapa de Adriane fica para semana que vem

Superlotada, Santa Casa restringe atendimento na pediatria 

Sejuv oferece curso gratuito de social media e lança próxima etapa da escola de marketing digital 

Últimas Notícias

Sem Categoria

Identificada mulher que morreu em acidente com o marido na BR-262

Casal estava em uma Fiat Toro quando teria feito uma ultrapassagem em faixa contínua

Cotidiano

Falsa multa: Prefeitura de Três Lagoas alerta para tentativa de golpe

A tentativa de golpe é aplicada por SMS, e-mail ou mensagens no WhatsApp, além de serem deixadas no veículo

Política

Com voto do relator pela absolvição, julgamento da chapa de Adriane fica para semana que vem

Magistrado reforçou não haver provas e votou pela absolvição; juiz pediu vista

Política

Com CCR concorrendo pela BR-163, Coronel David admite pessimismo: ‘vai continuar mentindo’

Falta do cumprimento do prazo para duplicação da BR-163 foi um dos estopins para novo leilão de concessão