No dia em que novas brigas no governo vieram à tona, o presidente Jair Bolsonaro ignorou os conflitos e deu respaldo à equipe. Ao participar de evento no município de Imperatriz (MA), nesta quinta-feira, 29, Bolsonaro elogiou especialmente os ministros Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, e Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura. Os dois fazem parte do grupo do governo que defende gastos com obras, enquanto a equipe econômica orienta a contenção de despesas.

“Tenho comigo excelentes ministros. (…). Nós temos os melhores ministros da história do Brasil. Ninguém nunca viu alguém, um nome melhor do que Tarcísio nos últimos 30 anos”, disse o presidente. Sobre Marinho, Bolsonaro também foi só elogios. “É um homem que vive pelo Brasil todo, mas em especial no . (…) Onde mais necessitam de obras, ele (Marinho) está presente”.

Nesta quinta-feira, 29, ao participar de na comissão mista do Congresso que acompanha medidas contra a , o ministro da Economia, , afirmou que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está financiando programa de estudo para “ministro gastador”, com o objetivo de enfraquecer o trabalho de quem está “segurando a barra” – ele próprio, no caso. Mesmo sem citar Marinho, a crítica era uma referência ao colega. “Ao Rogério Marinho a minha solidariedade e meu muito obrigado pela confiança”, disse Bolsonaro, horas depois.

No discurso, o presidente também mencionou brevemente Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, a quem chamou de “um grande amigo da coordenação política que nos ajuda e muito”. “Um dos aspectos mais importante da política é a confiança. Tenho confiança nesses homens”, destacou Bolsonaro.

As declarações de reforço a Marinho e a Tarcísio divergem da opinião do chefe da equipe econômica. No início de outubro, o atrito entre Guedes e Marinho se intensificou, motivado por divergências sobre como financiar o Renda Cidadã, programa em estudo para substituir o . Como mostrou o Estadão/Broadcast, o ministro do Desenvolvimento Regional disse em uma videoconferência fechada, na ocasião, que era preciso encontrar uma forma de viabilizar o Renda Cidadã, mesmo que para tal fosse necessário flexibilizar o teto de gastos.

À época, Guedes reagiu com irritação e disse que, caso as de Marinho fossem verdadeiras, o colega seria “despreparado, além de desleal e fura teto”.