O promotor de Justiça Francisco de Jesus Lima, do município de Piripiri, a 165 km da Capital Teresina no Piauí, foi afastado das funções por violência doméstica, nesta segunda-feira (24). Ele é promotor do Núcleo de Promotorias de Defesa a vítimas de violência doméstica, a Nupevid, atuando há 12 anos.
De acordo com o portal Cidade Verde, a vítima é sua ex-namorada, uma assistente social, que apresentou imagens e áudios a Polícia Civil comprovando as agressões verbais.
O juiz da 1ª vara da comarca do município condenou o promotor a medidas protetivas, determinando que Francisco fique a 500 metros de distância da vítima, familiares e testemunhas. Ainda na sentença, o juiz lembra que o promotor tem foro por prerrogativa de funções, mas como a denúncia não se trata de fato relacionado ao seu trabalho, ordenou a punição.
Já o delegado Regional de Piripiri, Jorge Terceiro, informou que não instaurou inquérito e pediu apenas medida protetiva. “Como se trata de um promotor vou remeter ao procurador de Justiça para decidir se a investigação ficará com a Polícia ou o Ministério Público”.
Francisco de Jesus ficou sabendo da denúncia pelo site e pediu afastamento do cargo nesta manhã. Ele nega qualquer agressão a ex-namorada e disse que ficará à disposição do delegado e do juiz para esclarecimentos.
“Houve o rompimento do relacionamento, pois estou em outra relação e foi consensual. Estou com minha consciência traquilíssima e se falei algo que ela se sentiu ofendida é um direito dela e vou cumprir a decisão judicial”, disse o promotor.
O promotor manteve um relacionamento de dois anos com a assistente social que mora em Piripiri. Ele crê que houve uma insatisfação por parte dela e garante não saber o que aconteceu.
“Depois que terminamos ela já foi em minha casa com a mãe e não havia motivos para inimizades, mas vou aguardar para ver o processo e me defender. Recebo essa denúncia com uma estranheza enorme. É uma denúncia seríssima e precisa ser esclarecida”, disse o promotor.
Afastamento de funções
Ao ser informado pelo site da denúncia, o promotor protocolou, pessoalmente, o pedido de afastamento de suas funções. “Me afasto para a elucidação do caso, é incompatível a minha permanência na função. Vou aguardar a decisão do Corregedor para saber se atende ao meu pedido”, disse Francisco de Jesus.