O incêndio que atingiu o museu nacional, na Quinta da Boa Vista no rio de janeiro, foi enfim controlado pelos bombeiros às 3 horas da madrugada desta segunda-feira (3). Quase 80 homens do Corpo de Bombeiros foram mobilizados para combater o fogo no local, que começou por volta das 19h30 do domingo (2).
De acordo com informações do jornal Folha de São Paulo, o fogo começou quando o Museu já havia encerrado os horários de visitação e não há informações sobre vítimas. O comandante-geral dos Bombeiros do Rio informou ao jornal que o combate do fogo foi prejudicado pela falta de água nos hidrantes próximos aos edifícios. A alternativa foi apelar para caminhões-pipa e até para a água de um lago próximo.
O acervo correspondente às áreas de arqueologia, paleontologia, invertebrados e História do Brasil sofreu destruição quase total, afirma a Folha. A coleção de vertebrados, localizadas num prédio anexo mais distante, foram poupadas. Entre o que foi perdido, está incluído o esqueleto de Luiza, o ser humano mais antigo achado até hoje no Brasil. A coleção de fósseis, antiguidades egípcias, estudos sobre biodiversidade e o meteorito de Bendegó também estão entre o acervo destruído pelo fogo.
O reitor da universidade que gere o Museu, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), falou com a Folha e criticou a forma de atuação do Corpo de Bombeiros. “É óbvio que a forma de combate não guardou proporção com o tamanho do incêndio. Percebemos claramente que faltou logística e capacidade de Infraestrutura do Corpo de Bombeiros que desse conta de um acontecimento tão devastador como foi esse”, disse o reitor Roberto Leher.
O palacete imperial não tinha sistema de prevenção de incêndio, que seria instalado com verba de contrato de R$ 21 milhões para restauração assinado com o bndes (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em junho, quando o Museu comemorou 200 anos.
Corte
Desde 2014, o mais antigo museu do Brasil sofria com o corte de gastos federais, deixando de receber a verba de R$ 520 mil anuais destinados a custear a manutenção. Como consequência, apresentava sinais visíveis de má conservação.
Instalado em um palacete, o museu foi criado por D. João VI em 1818 completou 200 anos.
Incêndio atinge o Museu Nacional no RJ. Há três anos, a instituição funcionava com orçamento reduzido e vinha sofrendo com falta de manutenção. As chamas crescem devastando os lastros de sua memória. O Brasil em que tudo tem um preço, rasga páginas de sua história.
Lamentável. pic.twitter.com/kyMiXra4pj
— Vanize Lemos (@vanizelemos) September 3, 2018
Olha o desespero de quem chegou e viu o Museu Nacional em chamas. pic.twitter.com/zdhwWHJzBj
— acácio augusto (@acacio1871) September 2, 2018