Bebê e mulher morrem baleados em tiroteio no Complexo do Alemão

Um dos mortos é uma criança com Síndrome de Down

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Um dos mortos é uma criança com Síndrome de Down

Uma criança e uma mulher foram mortos após serem baleados na noite desta sexta-feira, durante um tiroteio na favela Nova Brasília, no Complexo do Alemão, na Zona Norte. Um dos mortos é uma criança com síndrome de Down, identificada como Benjamin, de dois anos. A mãe dele, identificada como Paloma, também foi baleada de raspão durante o confronto, na barriga e no braço. Bastante transtornada, amigos e familiares precisaram ajudar a levá-la para fazer curativos.

— Eu tentei salvar o meu filho e não consegui. Eles acabaram com a minha vida. Eu vou morrer. Não vou conseguir ficar sem meu filho. Me dá um tiro — disse a mãe do menino, identificada nas redes sociais como Paloma, que disse ainda, bastante desesperada, em direção a um policial militar — Por que você matou meu filho?

Bebê e mulher morrem baleados em tiroteio no Complexo do Alemão

A outra vítima fatal é Maria Lucia da Costa, de 58 anos. Tudo começou quando um carro com quatro homens armados com fuzis foi interceptado por um veículo do Polícia Militar, na esquina das Avenidas Itaoca e Itararé, que ficam próximas à entrada da comunidade. Houve uma intensa troca de tiros entre os militares e os bandidos, e as cinco pessoas foram atingidas por balas perdidas.

Segundo um morador, uma moto abriu caminho para que a criança chegasse na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Benjamin chegou a ser levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte, mas já chegou na unidade de saúde sem vida. A Estrada do Itararé, onde fica a UPA, foi fechada .

Moradores relatam nas redes sociais o intenso tiroteio na entrada da favela. Em um vídeo na página do Facebook “Voz das Comunidades” é possivel ver o homem baleado no chão, rodeado por policias militares.

Nas imagens, moradores da comunidade afirmam que o homem ferido é um trabalhador e pedem que os policiais acionem uma ambulância. Uma moradora, que estava acompanhada da filha de três anos, contou os momentos de pânico vividos durante o tiroteio:

— Eu estava comprando lanche na barraca com a minha filha quando retornei paro o carro e entrei. Era muito tiro, muita gente correndo e carros voltando. Só deu tempo de a minha mãe e minha filha saírem do carro e se abrigarem numa das barracas. Um dos meninos veio correndo falando que uma criança tinha tomado um tiro na cabeça e uma outra pessoa tomou um tiro nas costas. Nunca passei por isso, ainda mais com a minha filha.

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