Romário quer levar Anitta ao Senado para debater criminalização do funk
Proposta de lei terá relatoria do senador
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Proposta de lei terá relatoria do senador
O senador Romário (PSB) revelou em entrevista ao Portal UOL que pretende promover um debate no Senado Federal sobre liberdade de expressão, após ter sido escolhido para ser o relator de um projeto de lei que poderia criminalizar o funk.
Segundo a entrevista, divulgada nesta quarta-feira (12), Romário pretende levar ao Senado artistas ligados ao funk para a discussão, como Anitta, Mc Marcinho, Cidinho e Doca, MC Koringa, Valesca Popozuda, Tati Quebra Barraco, Bochecha, entre outros.
“Temos a oportunidade de falar sobre cultura, educação, democracia e preconceito. Não acho que seja viável se proibir qualquer estilo musical, especialmente o funk, que é na verdade um movimento das favelas, das periferias”, disse o senador.
Para Romário, o projeto de lei proposto pela internet tem o mesmo preconceito contra o funk que a sociedade já teve com o samba, por exemplo. O senador considera a proposta inconstitucional, por ferir a liberdade de manifestação. “Não tem como defender isso [sobre criminalizar o funk]”, acrescentou.
A proposta foi enviada ao Senado Federal pelo empresário paulista Marcelo Alonso, e conseguiu mais de 20 mil assinaturas favoráveis em menos de quatro meses: essa é a meta necessária para que uma proposta de lei criada por uma pessoa da sociedade civil seja encaminhada para um senador como relator.
O texto da proposta diz que o funk é somente “um recrutamento organizado nas redes sociais por e para atender criminosos, estupradores, pedófilos, a prática de crime contra a criança e o adolescente, venda e consumo de álcool e drogas, agenciamento, orgia, exploração sexual, estupro e sexo grupal”.
Anitta fala sobre proposta
No início de junho, a cantora Anitta decidiu se pronunciar sobre a proposta de lei que criminaliza o funk. “”Não mexa com quem tá quieto. Ou melhor, não mexa com quem tá se virando pra ganhar a vida honestamente diante de tanta desigualdade”, disse a cantora ao fim de um texto.
“Invistam em educação primeiro. Eu não quero nem imaginar a bagunça que viraria o país se um absurdo desses é colocado em prática. Tá tudo ok com o Brasil já? Achei que tivesse coisa mais séria pra se preocupar do que com um ritmo musical que muda a vida de milhares”, continuou a funkeira.
“O funk gera trabalho e renda pra tanta gente. Uma visitinha nas áreas menos nobres do nosso país e vocês descobririam isso rápido”, bradou. Para ela, a proposta foi apoiada por “22 mil desinformados que estão precisando sair do conforto de seus lares para conhecer um pouquinho mais do nosso país”.
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