Suspensão é por ruptura política

Os chanceleres do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai decidiram hoje (5) retirar a Venezuela do Mercosul, sob alegação de desrespeitar o Protocolo de Ushuaia, que trata dos compromissos democráticos a serem seguidos pelos membros do bloco.

Em comunicado divulgado à imprensa, o Itamaraty informou que a suspensão foi aplicada “em função das ações do governo Nicolás Maduro e é um chamado para o imediato início de um processo de transição política e restauração da ordem democrática”. Na sexta-feira, o país deu posse a uma nova Assembleia Nacional Constituinte. O pleito foi rejeitado por parte da comunidade internacional, que o considerou uma manobra de Maduro contra o Parlamento do país, formado, em sua maioria, por oposicionistas.

​A reunião foi convocada de forma extraordinária pelo Brasil, que ocupa a presidência rotativa do bloco, após a Venezuela promover eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, no último domingo (30). O pleito foi rejeitado por boa parte da comunidade internacional por ser considerado uma manobra de Maduro contra o Parlamento do país, formado, em sua maioria, por oposicionistas.

Suspensão

Desde dezembro, a Venezuela está suspensa do Mercosul por não incorporar à sua legislação normas básicas de funcionamento do bloco, como a adoção da Tarifa Externa Comum (TEC).
Em declaração conjunta divulgada após o último encontro dos estados-membros do Mercosul, realizado em julho, em Mendoza, na Argentina, os países do bloco, além de Colômbia, Chile, Guiana e México, pediram à Venezuela o restabelecimento da ordem institucional e a retomada do diálogo entre a oposição e o governo de Nicolás Maduro.
Na ocasião, os países reiteraram sua “profunda preocupação com o agravamento da crise política, social e humanitária” na Venezuela, fazendo “um apelo urgente pelo fim da violência no país e pela libertação de todos os detidos por razões políticas”.