Adolescente de 13 anos foi baleada dentro da escola

A irmã de um dos homens executados por dois policiais militares em Acari, na Zona Norte do Rio de Janeiro, disse na manhã desta sexta-feira (31) que o homem que estava com seu irmão pediu para o PM não atirar pois ainda estava vivo.

De acordo com o G1, Alessandra Albuquerque esteve no Instituto Médico Legal (IML) e disse que seu seu irmão não estava armado.

“O que fizeram com meu irmão foi uma covardia. Não havia necessidade daquilo. Ele já estava ferido na perna. Ele estava junto com o pessoal correndo quando começou o tiroteio. Ele estava desesperado como todo mundo na hora do tiroteio”, disse.

Segundo Alessandra, seu irmão Alexandre dos Santos Albuquerque, tinha 38 anos, e deixa cinco filhos. Ela disse ainda que, como não mora na comunidade, ela não sabe se o irmão tinha envolvimento com o tráfico de drogas.

Assista o vídeo aqui.

 

 

PMs foram presos e autuados por homicídio qualificado

Os policiais militares que aparecem em um vídeo executando dois homens foram presos em flagrante durante a madrugada desta sexta-feira (31) enquanto prestavam depoimento na Divisão de Homicídios da capital. Os PMs foram autuados por homicídio qualificado. A informação é do porta-voz da Polícia Militar, Ivan Blaz. Às 10h50, os PMs já estavam presos no Batalhão Especial Prisional (BEP).

Nas imagens, os PMs atiram em dois homens caídos no chão, feridos e desarmados, perto de uma escola em Fazenda Botafogo, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Os homens estão se mexendo quando os policiais atiram contra eles, com fuzis. A corregedoria da PM disse, na noite de quinta-feira, que estava apurando a gravação.

Ainda segundo a Polícia Militar, os dois homens estavam armados e trocaram tiros com a PM antes de serem mortos.

Adolescente de 13 anos baleada

Uma adolescente de 13 anos morreu na tarde desta quinta-feira (30), dentro da Escola Municipal Jornalista Daniel Piza, onde do lado de fora onde ocorria o tiroteio entre bandidos e a PM. Maria Eduarda estava na aula de Educação Física quando foi baleada.

A família da garota diz que a morte de jovem pode ter sido uma execução pois, segundo o irmão que fez o reconhecimento do corpo, havia quatro marcas de perfurações. De acordo com o Corpo de Bombeiros, quando a ambulância chegou ao local, a menina já estava morta.

“Como que é uma bala perdida, com quatro perfurações no corpo da minha irmã? Bala perdida é se fosse um tiro. Foi uma execução. Eles executaram dois meliantes e ainda executaram a minha irmã”, disse o irmão Uidison Alves.

Uidison disse que ajudou a socorrer a irmã e viu que a adolescente tinha sido atingida por três tiros, mas que foram feitos quatro disparos. Segundo o irmão, Maria Eduarda tinha duas marcas tiros na cabeça, sendo que só um a perfurou, e uma marca tiro na nádega. “Isso não é bala perdida”, indagou Uidison.

Rosilene, mãe de Maria Eduarda, também esteve no IML e disse que a menina não morreu por uma bala perdida. “Não foi bala perdida. Os PMs estavam douto lado do rio Acari atirando para a direção dos prédios”, afirmou Rosilene.

O porta-voz da PM, major Ivan Blaz, disse que a corporação não vai se pronunciar sobre as acusações da família da adolescente Maria Eduarda, neste momento de sofrimento, de que a adolescente foi executada com quatro tiros. O major ainda disse, que compreende a dor dos familiares e que toda a documentação relacionada à operação foi entregue à Delegacia de Homicídios.

Protesto

Após a morte da estudante, moradores começaram um protesto na Avenida Brasil, que desencadeou em assaltos à motoristas e passageiros. Além disso, pedras foram jogadas contra carros e pessoas tentaram abordar veículos na região.

A polícia informou que o 2º Comando de Policiamento de área, que abrange o 9º, 14º, 18º , 27º , 31º e o 40º BPM, estavam se dirigindo ao local para conter o tumulto no início da noite.

Por volta das 22h, moradores relatavam que tiroteios continuavam na região de Acari, Costa Barros e Fazenda Botafogo. Passageiros do metrô se jogaram no chão.