Grampos clandestinos: agente do Gaeco tem celular grampeado durante investigação
Esquema de grampos foi denunciado pelo ex-secretário de segurança
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Esquema de grampos foi denunciado pelo ex-secretário de segurança
Esquema de grampos clandestinos, conhecido como ‘barriga de aluguel’ foi denunciado pelo ex-secretário de segurança pública do estado de Mato Grosso, a Procuradoria Geral da República. Descobriu-se que um celular de uma agente do Gaeco estaria na lista de telefones grampeados.
O promotor de justiça e ex-secretário, Mauro Zaque afirmou que a época quando era secretário, em 2015, teria informado ao governador do estado sobre o caso. O celular funcional de uma agente do Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) estaria entre os telefones grampeados por uma central clandestina que foi de 2014 até o ano seguinte, no Núcleo de Inteligência da Polícia Militar de Mato Grosso.
A época do grampo, o telefone estava cedido a uma agente que trabalha dentro do Gaeco. Segundo informações, a agente interceptada é uma das responsáveis pela inteligência interna do grupo.
Entre as investigações que a agente participava estava a ‘Operação Rêmora’, que apontou a existência de um cartel para distribuição de licitações na Seduc (Secretaria Estadual de Educação), e resultou na prisão do ex-secretário da pasta, Permínio Pinto Filho, em julho de 2016. Permínio confessou a existência de um esquema para desviar verbas da secretaria e foi solto em dezembro do mesmo ano.
O esquema é alvo de inquérito policial e também de investigação na Defaz (Delegacia Especializada de Crimes Fazendários). O tribunal de justiça também ordenou que o crime seja apurado internamente.
Prisões
Na terça-feira (23), o juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Especializada da Justiça Militar de Mato Grosso, determinou a prisão do ex-comandante da Polícia Militar à época dos fatos, coronel Zaqueu Barbosa, e do cabo da PM Gerson Luiz Ferreira, que estava lotado na Casa Militar de Mato Grosso.
O cabo Gerson Luiz foi quem pediu à Justiça autorização para grampear os telefones de pessoas que não tinham relação com uma investigação sobre tráfico de drogas na fronteira, justificativa usada para as interceptações. Na época, Gerson estava cedido ao Gaeco.
Nesta semana, a Corregedoria Geral da PM afirmou, em nota, que as interceptações só podem ser requeridas por oficiais da corporação dentro de inquéritos que estejam atuando. No caso em questão, quem fez a solicitação foi um cabo que não atuava na investigação.
Por meio de nota divulgada nessa terça, o governo afirmou que o coronel Zaqueu é um militar de conduta exemplar e moral ilibada, assim como o cabo Gerson, que não tem “qualquer mácula na sua ficha funcional”.
(Informações G1) Foto: Chico Valdiner
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