Frente Favela Brasil aciona William Waack no MPF por declarações racistas
Provocou o afastamento do profissional
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Provocou o afastamento do profissional
O partido Frente Favela Brasil (FFB) protocolou nesta sexta-feira (10) denúncia no Ministério Público Federal, no Rio de Janeiro, contra o jornalista William Waack, da TV Globo, por declarações racistas em vídeo que circulou na internet no último dia 8 e que provocou o afastamento do profissional da bancada do Jornal da Globo.
No documento, o advogado do FFB, Humberto Adami, pede à Justiça que seja aberta uma investigação e um processo em ação civil pública contra o jornalista.
“Qualquer negro se sentiu moralmente atingido, com as declarações do William Waack. Ele estava tentando ocultar. Mas o fato tem características de racismo. A gente pede que seja aberta uma investigação ou até que ele seja processado em uma ação civil pública. Isso foi uma pronta resposta do Frente Favela Brasil e a gente espera que esteja contribuindo com a sociedade brasileira. É importante dizer que todos casos de racismo o FFB vai se posicionar”, disse o advogado.
O vídeo mostra William Waack conversando, durante o intervalo do Jornal da Globo, com o também jornalista Paulo Sotero, com quem dividia a bancada do telejornal, que era apresentado direto da Casa Branca, em Washington, devido à cobertura das eleições norte-americanas do ano passado, que culminaram na vitória de Donald Trump.
A conversa entre os dois é interrompida por um som de buzina na rua, que faz Waack gritar agressivamente: “Tá buzinando o que, ô seu m… do cacete?”, e vira para o colega e diz: “Não vou nem falar o que é porque eu sei quem é, isso é coisa de preto”. O apresentador já foi afastado das suas atividades pela Rede Globo.
“Tomamos a decisão de acionar o nosso Departamento Jurídico, porque o Frente Favela Brasil entende que não cabe mais esse tipo de fala. Isso é inadmissível em todas as esferas da sociedade, vindo de um formador de opinião em uma das principais emissoras de televisão se torna mais grave ainda. Não podíamos ver aquele vídeo e ficarmos parados”, explicou Wanderson Maia, co-presidente do Frente Favela Brasil.
No comunicado, a FFB afirma que “essa postura arrogante do jornalista é um crime que contraria todos os acordos dos quais o Brasil é signatário nos fóruns mundiais como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e Organizações das Nações Unidas (ONU). Além disso, fere o princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Portanto, as declarações que incitam o ódio a grupos sociais não podem ser toleradas em uma sociedade democrática.”
“O Frente Favela Brasil vai combater, sempre de maneira legal, todo e qualquer tipo de preconceito praticado por quem quer que seja. Vamos à Justiça, na instância que for preciso, sempre que entendermos que a dignidade humana está sendo ferida”, disse Cláudia Goulart, presidente do FFB, no Rio Grande do Sul.
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