Corpos de 10 agricultores mortos em ação da polícia são enterrados no Pará

Direitos Humanos entraram no caso

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Direitos Humanos entraram no caso

Após a realização do velório coletivo dos corpos dos 10 agricultores mortos na última quarta-feira (24) em confronto com a polícia na Fazenda Santa Lúcia, em Pau D´Arco, no sudeste do Pará, no ginásio da escola municipal Otávio Batista Arantes, em Redenção, na manhã desta sexta-feira (26), oito das vítimas foram levadas em cortejo, por volta das 9h30, e foram enterradas no cemitério municipal Parque da Paz, às 11h, sob comoção de representantes de entidades ligadas aos direitos humanos, familiares e amigos das vítimas. Os corpos de outras duas vítimas foram encaminhados para a cidade de Pau D´Arco, onde serão enterrados ainda nesta sexta.

Nove homens e uma mulher morreram em um confronto com a polícia na fazenda Santa Lúcia, em Pau d’Arco, na quarta-feira. A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) disse que os policiais foram recebidos à bala quando tentavam cumprir 16 mandados de prisão contra suspeitos do assassinato de um vigilante da fazenda, no fim de abril. As equipes que participaram da operação vão responder a inquéritos policiais militares.

Na noite da última quinta-feira (25), integrantes da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Movimento Sem Terra (MST) realizam um ato público em frente ao IML de Marabá em apoio às famílias das vítimas. Eles acenderam velas e repudiram a violência no campo.

Os corpos das vítimas foram levados para Redenção após passarem por necrópsia nos Institutos Médicos Legais (IML) de Parauapebas e Marabá, na última quinta-feira (25). Representantes do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) acompanharam todos os procedimentos realizados nos corpos e as equipes de perícia que foram à fazenda para levantar as informações sobre as circunstâncias das mortes dos agricultores.

Corpos de 10 agricultores mortos em ação da polícia são enterrados no Pará

Parentes de vítimas da chacina contestam a versão dos órgãos de segurança do Estado de que os policiais reagiram a um ataque dos colonos: segundo os trabalhadores rurais, a polícia chegou na cena do crime atirando.

O MPPA também reuniu com familiares das pessoas mortas na operação policial. As famílias pediram rigor nas investigações e também que, após a perícia, os corpos retornassem para Redenção. O pedido foi atendido e os corpos saíram no início da noite desta quinta-feira de Marabá e Parauapebas e foram levados para a uma funerária particular, em Redenção.

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