Não chegou a sair de Bangu 8

Atendendo ao pedido feito pelo MPF (Ministério Público Federal), o desembargador Abel Gomes do Tribunal Regional Federal da 2ª Região revogou a prisão domiciliar da ex-primeira-dama . Presa desde dezembro de 2016, ela teve prisão preventiva mudada para domiciliar na sexta-feira (17) pelo juiz Marcelo Bretas mas não chegou a sair de Bangu 8.

O desembargador citou que a conversão da prisão poderia criar expectativas para as demais mulheres presas e que até o momento não teria sido contempladas pelo beneficio, segundo o jornal O Globo.

“A práxis vem demonstrando não confirmáveis, para centenas de outras mulheres presas na mesma situação da acusada no sistema penitenciário, haja vista que o histórico público e notório de nossa predominante jurisprudência, e estampado ora em matérias jornalísticas, ora em estudos acadêmicos, é o de que em regra não se concede prisão domiciliar automaticamente às diversas mulheres presas e acusadas pelos mais diferentes crimes, apenas porque tenham filhos menores de até 12 anos de idade”, disse.

O magistrado, e relator da Operação Calicute, teria alegada que a decisão de Bretas, se executada, criaria expectativas indesejáveis para a própria acusada e seus demais parentes. . “Já que pode vir a ser solta e presa novamente caso o recurso do MPF seja provido posteriormente”.

Abel, ressaltou também que a sociedade poderia se frustrar com a prisão domiciliar sem novos fatos no caso para justificar tal medida.

Ainda de acordo com O Globo, ao decidir que Adriana Ancelmo continue presa, o desembargador acolheu o argumento do MPF de que, com o avanço das investigações e a deflagração de novas medidas de busca após a prisão de Sergio Cabral, em novembro, fatos novos que indicavam que, enquanto a acusada esteve em liberdade, “novas manipulações de jóias e dinheiro em espécie prosseguiam acontecendo, além de se apurar também que a concorrência dela para os fatos delituosos já então denunciados, era de notável importância na percepção de propina semanal, em espécie, por exemplo, dando curso ao sistema de corrupção estabelecido e dirigido por seu marido”.

Defesa

Nesta segunda-feira (20), a defesa da ex-primeira-dama teria apresentado um laudo assinado por um engenheiro eletrônica, à 7ª Vara Federal Criminal do Rio, informando sobre corte nas linhas telefônicas e o recolhimento dos aparelhos do apartamento, no Leblon, onde Adriana cumpriria a prisão domiciliar. Que seriam as recomendações da decisão de Bretas.

Segundo Bretas, a mudança só iria acontecer após o imóvel passar a atender os requisitos determinados, o que teria que ser constatado por uma vistoria da Polícia Federal, o que não será mais necessário diante da decisão de Abel.

Entre os principais motivos da prisão da ex-primeira-dama estão contratos do escritório Ancelmo Advogados com empresas que receberam durante a gestão Cabral benefícios fiscais do governo fluminense e a suspeita de que ela estaria dando prosseguimento às práticas de corrupção e lavagem de dinheiro uma vez que não teria entregue todas as joias compradas pelo casal aos investigadores.