Santana não foi encontrado porque estaria fora do país

O marqueteiro João Santana, que trabalhou nas duas campanhas da presidente Dilma Rousseff e na reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a empreiteira Odebrecht estão entre os alvos da nova etapa da deflagrada nesta segunda-feira pela Polícia Federal, segundo reportagem da TV Globo.

De acordo com a emissora, foi emitido mandado de prisão temporária contra Santana, que, no entanto, ainda não foi detido porque está fora do país. O executivo da Odebrecht Marcelo Odebrecht, que já está preso no âmbito Lava Jato, é suspeito de envolvimento em outros crimes, segundo a emissora.Marqueteiro do PT João Santana e Odebrecht são alvos de nova etapa da Lava Jato

A Polícia Federal em Curitiba, onde estão concentradas as investigações da Lava Jato, confirmou a realização da 23ª etapa da operação, mas disse que só vai divulgar os nomes dos suspeitos em entrevista coletiva às 10h.

Um terceiro alvo da operação, segundo a Globo, é o engenheiro Zwi Skornicki, suspeito de operar propinas no esquema bilionário de corrupção na Petrobras investigado pela Lava Jato.

“O foco das investigações desta fase é o cumprimento de medidas cautelares… relacionadas a três grupos: um grupo empresarial responsável por pagamento de vantagens ilícitas; um operador de propina no âmbito da Petrobras; e um grupo recebedor, cuja participação fora confirmada com o recebimento de valores já identificados no exterior em valores que ultrapassam 7 milhões de dólares”, disse a Polícia Federal em nota.

A TV Globo mostrou imagens de carros e agentes da Polícia Federal no prédio da Odebrecht em São Paulo. Policiais também cumprem mandados nos Estados do Rio de Janeiro e Bahia. Segundo a PF, 300 homens cumprem 51 mandados, sendo 38 de busca e apreensão, dois de prisão preventiva, seis de prisão temporária e cinco de condução coercitiva.

A nova fase da Lava Jato foi denominada “Acarajé”, em referência ao termo utilizado por alguns investigados para denominar dinheiro em espécie, de acordo com os investigadores.

João Santana, que além das bem-sucedidas campanhas de Dilma e Lula também trabalhou para candidatos vitoriosos no exterior, como em Angola, já havia se colocado à disposição para prestar depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações da Lava Jato em primeira instância.

A defesa do marqueteiro protocolou em 20 de fevereiro petição em resposta a despacho de Moro que negou acesso de Santana ao inquérito sobre supostos pagamentos da empreiteira Odebrecht feitos a ele em contas no exterior, segundo reportagens.