O homem fazia parte do grupo acampado

Um manifestante pró-impeachment da presidente foi preso no fim da tarde desta segunda-feira (16) depois de tentar invadir a rampa do Congresso Nacional. O rapaz entrou no espelho d'água em frente à rampa e tentou fugir, mas foi detido pela Polícia Legislativa.

O homem fazia parte do grupo acampado no gramado em frente ao Congresso. Depois que ele foi alcançado pelos policiais, um grupo de manifestantes se aglomerou. A polícia usou spray de pimenta para conter os participantes do protesto. Durante a fuga, o rapaz correu por entre as barracas montadas no gramado.

Segundo o diretor da Polícia Legislativa, Paulo Marques, o grupo tentava ocupar a chapelaria do Congresso Nacional, mas era impedido por um cordão de homens da corporação. Depois da prisão, manifestantes exibiram uma faixa pedindo a libertação do jovem preso.

Os manifestantes estão acampados na Esplanada dos Ministérios desde o final de outubro. Integrantes de diversos grupos contra a presidente têm chegado ao local desde então.

“Cheguei aqui na última quinta, junto com o grupo Revoltados Online. Venho de Macaé, onde a Petrobras explora os royalties do petróleo e onde ocorre demissão em massa. E é por isso que eu peço o impeachment da Dilma”, disse o manifestante Álvaro Pinto, de 24 anos.

Neste domingo (15), os organizadores do protesto disseram que cerca de mil pessoas estavam acampadas no local. O representante do movimento “Resistente Popular” Mauricio Gabare disse que o grupo deve ocupar o espaço por tempo indeterminado. Segundo ele, os manifestantes querem um Natal sem a presidente Dilma.

Cunha

Pouco antes do princípio de tumulto no gramado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi questionado por jornalistas sobre a presença dos manifestantes acampados no local. Ele disse que até aquele momento não havia acontecido nenhum problema e que o policial reformado preso na semana passada com uma arma e diversos abridores de coco foi detido fora do local.

“Eu só vi uma coisa que reclamaram que teve alguém que foi detido que supostamente estava com arma, mas não foi aqui. Eu estou com o boletim de ocorrência e não foi aqui. Foi dentro do pátio de uma delegacia. Então, não foi ninguém que estava aqui. Se tivesse sido aqui, a providência já teria sido tomada diferente, mas não foi. Vamos deixar isso claro para não ter dúvida quanto a isso.”

Sobre a permanência do grupo no gramado, Cunha disse que veria o que seria feito. “Vamos ver o que a gente pode fazer. A mesma coisa que ficaram aqui uma semana algemado a gente acabou negociando e tirou”, afirmou, em referência a um grupo pró-impeachment que ficou algemado a uma pilastra do Salão Verde por cerca de uma semana.