Barreira tem um quilômetro e custou R$ 8 mil aos cofres públicos

A votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) foi acompanhada por uma multidão dividida, literalmente, por um muro. Com extensão de um quilômetro e custo de R$ 8 mil aos cofres públicos, ele separava de um lado os manifestantes favoráveis e, de outro, opositores ao impedimento da presidente.

Os manifestantes com camisetas da Seleção Brasileira, que se tornou marca dos apoiadores da saída de Dilma, começaram a chegar cedo à Esplanada dos Ministérios e já lotavam seu lado às 13h, cantando palavras de ordem contra o PT, a presidente Dilma e o ex-presidente Lula da Silva.

Mais tarde, próximo às 14h, horário de início das votações, a militância contra o impeachment começou a lotar o espaço a eles destinado.  Camisetas e bandeiras vermelhas, de movimentos sociais como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e de sindicatos eram recorrentes, como os slogans contra o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o vice-presidente Michel Temer (PMDB).

Um sofisticado aparato de segurança garantia a divisão. Centenas de policiais, tanto federais quanto militares, faziam a segurança do muro, que tinha um esquema de segurança próprio para que as pessoas não se aproximassem. Não houve registros de tumulto ou de tentativas de furar a barreira.

Os vendedores ambulantes aproveitaram a grande movimentação para rentabilizar. De ambos os lados, havia bancas e carrinhos vendendo pipoca, cachorro quente, algodão doce, refrigerantes, cerveja, água, bexigas e outras mercadorias.