Ela se comparou a outros presidentes e citou “chantagens”

A presidente afastada Dilma Rousseff começou, por volta das 10h (Brasília) desta segunda-feira (29), seu discurso de defesa no julgamento que pode levar a seu impeachment.

Dilma começou sua fala dizendo que “respeita o compromisso” que assumiu ao ser eleita, e que “sempre respeitou a democracia”.

Citou a prisão e tortura pelas quais passou durante a ditadura militar. “Recebi no meu corpo as marcas da tortura”, afirmou a presidente afastada.

A petista se comparou a outros presidentes, como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, que segundo ela, também foram vítimas de “golpes”.

Ela disse ainda que não se defende por querer apenas se manter no cargo. “Não luto pelo meu mandato por vaidade ou por apego ao poder, como é próprio dos que não tem caráter, princípios ou utopias”, declarou.

Ela também afirma que, durante seu governo, as investigações contra corrupção aconteceram com liberdade e que, por isso, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teria feito “chantagens” para a petista tentar impedir seu processo e cassação.

Segundo Dilma, o processo de impeachment começou porque ela não cedeu às supostas chantagens. “Quem se acumplicia ao imoral e ao ilícito, não tem legitimidade para governar o país”, concluiu.

Ela disse ainda que as acusações por chamadas “pedaladas fiscais” dizem respeito a “atos inexistentes” e voltou a falar em golpe. Segundo Dilma, os atos praticados não configuraram nenhuma lesão aos cofres públicos. “Jamais haverá justiça na minha condenação”, afirmou.

O discurso de defesa de Dilma está marcado para terminar aos 30 minutos. Em seguida, os senadores inscritos terão cinco minutos para questionar os argumentos da presidente afastada.