Jovens se organizam por meio de sites próprios e redes sociais

Um terreno baldio no extremo sul da capital paulista é palco da uma nova estratégia para o plantio de maconha. Para driblar a polícia, jovens utilizam o local, cheio de árvores que extrapolam o moro de três metros de altura, como local de cultivo da erva.

Segundo Leandro (nome fictício), 20, sua tática de “guerrilha”, como é chamada, começou há um ano e meio com o objetivo de consumir maconha de maior qualidade, além de reduzir o financiamento ao tráfico de drogas.

“Meu primeiro cultivo foi numa estufa improvisada dentro de uma sapateira, na minha casa. Mas parei porque meus pais, além de acharem que a polícia bateria à nossa porta, ficaram bravos porque a conta de luz ficou muito cara”, declarou o jovem em entrevista à rede BBC.

Jovens como Leandro se organizam nas redes sociais, para trocarem informações de como manter o plantio e formas de como driblar a polícia. Eles também possuem um site próprio, onde conversam por meio de um fórum.

“Galera, estou cultivando há cerca de 8 meses em guerrilha. Recentemente, (a planta) parou de crescer. Poderiam me ajudar com dicas para o crescimento ou controle contra insetos?”, postou um dos integrantes de um grupo frequentado por Leandro.

Segundo o advogado criminalista Daniel Biral, o cultivo da planta pode ser enquadrado como tráfico. “Isso vai depender se a planta é fêmea (produtoras de flores, que podem ser fumadas) ou macho. Se ficar comprovado que a planta produz flores, é tráfico”, disse o advogado.