Depoimentos serão de quatro presos com prisão que vence na terça

Começam nesta segunda-feira (22) os depoimentos dos presos na nova etapa da Operação Lava Jato. Serão ouvidos na sede da Polícia Federal, em Curitiba, quatro presos que cumprem prisão temporária que vence na terça-feira. A Polícia Federal não tem data para ouvir os oito presos com prisão preventiva, que tem tempo indeterminado. Entre eles estão os presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez.

Também deve ser feita a primeira acareação entre o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Eles divergem sobre repasses de dinheiro para políticos e para doações de campanha.

No fim de semana advogados levaram comida e cobertores para os presos. No sábado, os 12 detidos fizeram exame de corpo de delito no IML, um procedimento padrão. Entre os presos estão os presidentes da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e da Odebrecht, Marcelo Odebrecht. A prisão dos dois e de mais seis executivos é preventiva, por tempo indeterminado. Outras quatro prisões são temporárias, por cinco dias.

Os presos chegaram a Curitiba na sexta-feira à noite e dormiram na sede da Polícia Federal, que agora está com 19 pessoas. A capacidade da carceragem é para 18 detentos, mas pode receber até 24 com a colocação de colchões nas celas.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez participavam do cartel de empreiteiras, que teria sido montado para fraudar licitações da Petrobras. Segundo o juiz Sérgio Moro, que decretou as prisões, o esquema usado pelas duas construtoras era mais sofisticado do que o das outras empresas. As investigações apontaram que o pagamento da propina era feito no exterior por meio de contas secretas.

Além de fraude a licitação e formação de cartel, as duas empreiteiras são investigadas por corrupção, desvio de verba pública, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A 14ª fase da Operação Lava Jato foi batizada de ‘erga omnes’, termo jurídico em latim para dizer que a lei vale para todos.

A Andrade Gutierrez diz que seus executivos são inocentes e que nunca participou de cartel, acordo ou fraude em licitação. A Odebrecht declarou que adota um código de conduta rigoroso,  com procedimentos reconhecidos internacionalmente – e que vai recorrer das prisões.