Em Rio Pardo, uma mãe de 21 anos e o filho de três anos morreram após uma árvore cair sobre a casa onde estavam
Com ventos de mais de 130 km/h, o temporal que atingiu o Rio Grande do Sul entre a noite de quarta-feira e a madrugada de hoje fez duas vítimas fatais, mais de 10 feridos e um desaparecido, derrubou centenas de árvores em diversas cidades do Estado e deixa mais de 300 mil clientes sem luz. Para piorar, a chuva segue castigando os gaúchos na manhã desta quinta-feira com fortes rajadas de vento.
Em Rio Pardo, uma mãe de 21 anos e o filho de três anos morreram após uma árvore cair sobre a casa onde estavam, no bairro Jardim Boa Vista. O prefeito da cidade, Fernando Henrique Schwanke, disse que o município está “anestesiado” por causa do incidente.
O temporal também deixou um homem desaparecido em Porto Alegre, na Zona Norte. Conforme a Brigada Militar, ele foi levado pelas águas e caiu em um valão no bairro Sarandi. Buscas são feitas para encontra-lo. Com rajadas superiores a 110 km/h, a tempestade na Capital foi a segunda maior dos últimos sete anos. Em Santa Maria, o vento chegou a 134 km/h.
Há problemas no abastecimento de energia elétrica em todas as regiões de Porto Alegre. De acordo com a CEEE, 188 mil clientes estão sem luz na Região Metropolitana – 135 mil na Capital; 63 mil não têm energia na área de concessão da AES-Sul, e 7,5 mil na área da RGE.
– Tivemos quatro linhas de transmissão com problemas, que geraram mais interrupção de luz, especialmente na região de Canoas. Instalamos o comitê de crise e trabalhamos durante toda a madrugada. Até o final da tarde, tudo deve estar normalizado – disse o presidente da CEEE, Paulo de Tarso Pinheiro Machado, em entrevista à Rádio Gaúcha.
Na rodoviária da Capital, a água invadiu os terminais de embarque de passageiros. Sem luz, novas passagens não eram emitidas no começo da manhã. No bairro Floresta, um carro foi “engolido” pela água e ficou submerso na Rua Garibaldi. Três estações do trensurb tiveram de ser fechadas.
Toldo de escola de samba arrancado
De acordo com o Hospital de Pronto-Socorro da Capital, ao menos 11 pessoas procuraram a emergência em razão de ferimentos provocados pelo desabamento de parte do telhado da quadra da Imperadores do Samba, na Avenida Padre Cacique, na zona sul. Ninguém teria sofrido ferimentos graves.
O Hospital de Clínicas teve várias janelas de vidro quebradas, o que ocasionou alagamentos de salas e corredores e danificou equipamentos, como computadores. Por causa dos estragos, todas as consultas marcadas para esta quinta-feira foram canceladas, assim como as cirurgias não urgentes. A equipe do hospital pede que as pessoas evitem ir ao local, mas ressalta que a emergência continua funcionando.
A Defesa Civil Estadual recebeu uma série de chamados de pessoas que tiveram casas danificadas por granizo e alagamentos provocados pela chuva. Os municípios das regiões Metropolitana e Central foram os mais atingidos. São mais de 60 cidades prejudicadas. Doze equipes do órgão trabalham para ajudar as vítimas.
Em Santa Maria, a chuva destruiu parte do ginásio do Guarany-Atlântico onde estavam as doações para os atingidos da semana passada. Algumas escolas da cidade cancelaram as aulas. Em Dilermando de Aguiar, a estrutura montara para uma feira desabou com o vento e deixou quatro pessoas feridas.