Em sinal à Indonésia, Dilma recusa credencial de embaixador

O ato foi um claro sinal de insatisfação com o país asiático, que executou um brasileiro

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O ato foi um claro sinal de insatisfação com o país asiático, que executou um brasileiro

A presidente Dilma Rousseff decidiu não receber nesta sexta-feira (20) a credencial do embaixador da Indonésia no Brasil, Toto Riyanto. O ato foi um claro sinal de insatisfação com o país asiático, que executou um brasileiro condenado por tráfico de drogas em janeiro.

“Não (é retaliação). Achamos que é importante que haja uma evolução na situação para que a gente tenha clareza em que condições estão as relações da Indonésia com o Brasil. O que fizemos foi atrasar um pouco o recebimento de credenciais, nada mais do que isso”, explicou a presidente, em entrevista a jornalistas no fim da cerimônia.

O recebimento de credenciais de embaixadores é um ato formal feito pelo presidente da República para que os diplomatas possam representar seus países em solenidades no Brasil. Riyanto era esperado na solenidade desta sexta-feira, mas não compareceu. A mandatária recebeu credenciais de embaixadores da Venezuela, El Salvador, Panamá, Senegal e Grécia.

Na Indonésia, outro brasileiro deverá ser executado por tráfico de drogas. O paranaense Rodrigo Goulart apela por uma transferência para um hospital psiquiátrico com um diagnóstico de esquizofrenia, já que a lei local impede a execução de prisioneiros que não estejam em boas condições mentais.

Questionada sobre o recebimento do embaixador da Venezuela após a prisão do prefeito de Caracas e opositor do presidente Nicolás Maduro, Dilma respondeu que as situações são diferentes. “Não posso receber um embaixador baseado nas questões internas do país. Eu recebo os embaixadores baseado nas relações que estabelecem com o Brasil. O foco nosso é fundamentalmente essas relações e é isso que explica o fato da gente ter postergado o recebimento das credenciais da Indonésia”, disse.