Detento faz comentário em rede social da Polícia Civil no Ceará

Sindicato dos Policiais Civis mandou ofício para exigir mais investigações

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Sindicato dos Policiais Civis mandou ofício para exigir mais investigações

Um detento publicou neste mês de julho um comentário sobre a “Paz” onde questiona outros comentários na comunidade da “Polícia Civil do Ceará em Ação”, no Facebook. A mensagem foi compartilhada no dia 10, no entanto, somente na tarde do dia 16 o perfil do dentento foi descoberto pelo Sinpol-Ce (Sindicato dos Policiais Civis do Ceará).

A página de “Kiel Alencar”, apelido, é atualizada diariamente com fotos durante banho do sol, na cela e outros ambientes do complexo penitenciário. O detento também compartilha mensagens com amigos, familiares e faz novas amizades no mundo virtual, fato percebido durante averiguação do sindicato. Ezequiel Alencar, que está em uma penitenciária não divulgada pela  Sejus (Secretaria de Justiça) do Ceará, reage aos comentários. E questiona como as pessoas querem paz se muitos comentários são agressivos.

O presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis), Gustavo Simplício,  diz que postagens estão partindo de dentro das penitenciárias do Ceará e pede providências. “Pelas fotos percebe-se nitidamente que é de dentro da cela. Nota-se até a cama do detento. E outras fotos dentro do próprio pátio”, disse.

Através do perfil de “Kiel”, os investigadores descobriram uma rede de amigos que utilizam as redes sociais para se comunicar. E ainda fotos de dentro das celas e do pátio dos presídios durante o banho de sol.

“Eles olham uma página na rede social de um cidadão de bem sem ter conhecimento e mostra os parentes, a família, o modo de viver e depois ligam para os cidadãos fazendo ameaças, simulam sequestro, sabem que a pessoa viajou e existem pessoas que caem nesse golpe. Isso nos assusta porque a polícia tem um grande trabalho para prender e vê depois eles praticando crimes dentro do presídio”, afirmou.

 

Investigação

O  Sinpol preparou um ofício e mandou para a Delegacia Geral da Polícia Civil e exige uma investigação mais aprofundada do caso.

A Polícia Civil  por meio de nota informou que as investigações já começaram. Diz que o trabalho está sendo feito em parceria com o Serviço de Inteligência da Sejus (Secretaria de Justiça) do Ceará, que é responsável pelos presídios aqui do estado.

 

Casos rotineiros

Casos semelhantes têm se repetido. Este mês a Sejus fez duas grandes vistorias. Na Cadeia Pública de Morada Nova, a 168 Km de Fortaleza, apreendeu celulares, chips, baterias e quatro vídeo games. O administrador da cadeia foi afastado. Já no Instituto IPPOO 2 (Presídio Professor Olavo Oliveira), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, foram apreendidos 300 celulares e 300 chips, além de facas, serras e outros objetos.

No mês passado, foi descoberto que detentas estavam postando fotos na internet de dentro do Presídio Auri Moura Costa. A Sejus disse que  elas foram punidas e que todos os envolvidos vão ter as visitas suspensas e serão impedidos de ter benefícios como a progressão da pena. A Sejus falou também que  anunciou medidas para impedir a entrada de celulares e  outros equipamentos eletrônicos nos presídios.

De acordo com o secretário de Justica do Ceará, Hélio Leitão, o governo vai reforçar a segurança nos presídios e que projetos já estão em andamento.

“Estamos buscando reforçar a vigilância nas guaritas, nas muralhas e estamos com um projeto para cobrir com telas todas as unidades prisionais. E ainda ideia de perímetro de isolamento”, afirmou.

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