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Mais da metade da população brasileira está acima do peso ideal, segundo o IBGE, considerando o IMC. Além disso, o número de obesos cresceu de 12 para 19% nos últimos 10 anos.

O número é bem expressivo, mas ainda assim, construímos o nosso mundo de forma a excluí-los, negando sua existência.

Uma pesquisa encomendada realizada pelo Ibope apontou que a gordofobia (preconceito contra pessoas obesas) está presente na rotina de 92% dos brasileiros. Entre os cidadãos que, no estudo, não se reconheceram como preconceituosos, 89% admitem que já falaram ou ouviram alguém dizer a frase “ele (a) é bonito (a), mas é gordinho (a)”. Por outro lado, apenas 10% daqueles que se declaram preconceituosos assumem que são gordofóbicos.

A cantora sertaneja Marília Mendonça, já foi alvo de comentários sobre o seu peso e rebateu as brincadeiras de mau gosto com muito bom humor. A confusão começou quando ela postou uma foto de uma pessoa gordinha no Instagram e questionou aos seguidores sobre de quem seria a barriga da pessoa na imagem. “Sua, né, Marília”, apostou um seguidor, em tom irônico. Ao ler o comentário, a cantora, não deixou barato e respondeu. ‘O QUE NÓIS TEM DE BARRIGA, TEM DE DINHEIRO.’

 

Gordofobia está presente na rotina dos brasileiros, mostra estudo Foto:Reprodução/Divulgação

 

Muitos dos mitos relacionados com o peso têm a ver com a ideia de que a obesidade é controlável – portanto, representa negligência. Mas o excesso de peso não é necessariamente resultado de comer demais. Vários outros fatores podem contribuir, como falta de sono, condições socioeconômicas, medicamentos, desequilíbrio hormonal, genética, problemas de saúde mental e até mesmo a poluição do ar. Ou seja, dizer que uma pessoa é obesa porque ela come demais e não se exercita muito é fazer uma generalização.

Tornamos difícil e humilhante que eles se locomovam, com assentos e catracas em que o corpo deles não cabem.

Dificultamos o acesso ao mercado de trabalho – segundo uma pesquisa da Catho, 6% dos empregadores assumidamente não contratam pessoas obesas. E quando são contratados, é pra ganhar menos.

Comprar roupas então, é uma caça ao tesouro: Menos de 20% do varejo tem opções para atender essas pessoas. Há outros exemplos menos evidentes, mas não menos preocupantes. Essa parcela expressiva da população não se vê representada na mídia e tem boa parte das suas interações sociais baseadas no preconceito, quando são tratadas a partir de estereótipos extremamente negativos. Esse conjunto de opressões tem nome: gordofobia.

Disposta a quebrar os padrões, a atriz Mariana Xavier sempre posta imagens mostrando seu corpo. Foi quando uma seguidora resolveu dizer que ela vai morrer logo, por estar acima do peso. E recebeu uma resposta à altura. “ Morro quando for a hora, gorda ou magra, mas saudável de corpo e alma. Feliz como sou, e com a consciência tranquila de ter passado coisas boas para as pessoas. E você vai morrer também, viu? Não se engane. Talvez mordendo a língua e intoxicada com o próprio veneno”, escreveu a atriz.

 

Gordofobia está presente na rotina dos brasileiros, mostra estudo Foto:Reprodução/Instagram

 

“TODOS OS CORPOS DEVEM E MERECEM ESTAR EM QUALQUER LUGAR.”