Relatos como este são comuns nos dias de hoje e os motivos são vários. Isso acontece porque a experiência da dor é determinada pela interação dinâmica entre fatores biológicos, psicológicos e sociais.  

Você já ouviu falar em “distanciamento social”? Ou “home office”? Observe como nossas vidas mudaram nos últimos meses, o que não significa que, necessariamente, foram mudanças para pior. O “home office”, por exemplo, pode elevar nossa produtividade em vários aspectos.  

No entanto, essas mudanças aconteceram muito rápido! Com nossos convívios sociais reduzidos, nossas opções de lazer restritas, ambientes laborais improvisados e uma organização confusa desses espaços, dores multiarticulares e tensionais têm bombardeado os consultórios, em especial as dores lombares. 

Quem nunca sentiu dor lombar? Em geral, quando recebemos essa indesejada visita já bradamos quase sempre diagnósticos equivocados, como “é o ciático” ou “estou com hérnia de disco”. No entanto, apenas cerca de 1 a 5% dos casos de dor lombar são realmente causados por doença ou lesão grave.  

O pior vem em seguida! A grande parte dos pacientes protelam a visita a um especialista em dor e administram repouso por tempo inadequado, quase sempre agravando agudamente sua sintomatologia. A imobilidade e o repouso no leito por mais de dois dias nunca demonstraram serem benéficos, em contrapartida, movimentos simples como CAMINHAR podem ajudar a controlar a dor lombar em vários casos. 

Manejos equivocados como os citados acima contribuem acentuadamente para a possibilidade do surgimento da dor crônica, o que complica de forma importante o tratamento dos pacientes. 

Fisioterapeuta Ricardo Saravy de Araújo graduado na UFMS 
Pós graduado em reabilitação cardiopulmonar pelo Hospital Israelita Albert Einsten 
Pós graduado em avaliação e tratamento da dor pela Universidade São Paulo 
Formação em neuromodulação pela UFPE
Mestre pela UFMS