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Você pode ser ouvido. Isso, claro, se tiver uma história de amor para contar. Mesmo que seja uma história picante, ultra secreta, fique tranquilo: sempre tem alguém disposto a escutar você.

“Escuto histórias de amor” é o nome do projeto. É uma ação de rua que já foi realizada em nove países e acontece assim: Ana Teixeira senta-se em uma cadeira e deixa uma outra cadeira ao lado para o eventual contador da história. O cenário é sempre a rua. Enquanto espera que alguém chegue, se sente e conte sua história espontaneamente, a artista faz tricô. Faz tempo que ela vem fazendo esse tricô. É um cachecol vermelho que já tem quase 4 metros. “A história a ser contada faz parte do meu kit, que inclui uma bolsa, as duas cadeiras e os banners em diferentes idiomas”, conta Ana, que é formada em Artes Plásticas pela USP.

 

A mulher que escuta histórias de amor Foto/Reprodução

 

“Escolhi ir para as ruas e propor uma escuta quase silenciosa de histórias pessoais. Pensei em Penélope esperando Ulisses, no livro de Homero, A Ilíada. Assim, escolhi o tricô, um afazer doméstico, tradicional, que sugere afeto, e afetar são ações que também me interessam”, assume.

Nenhum conteúdo das histórias ouvidas é registrado. À artista não interessa criar uma coleção de belas histórias, tomar ensinamentos, compreender a verdade sobre o amor ou mesmo mapear a experiência de tal sentimento pelo mundo, interessa apenas o gesto de escutar.

Quer falar? Quer desabafar? Conte sua história para ela…

 

A mulher que escuta histórias de amor Foto/Reprodução