Pular para o conteúdo
Política

Cance tentou tirar processo da Justiça Federal justificando desvios do Aquário

Ex-secretário adjunto foi solto nesta terça-feira
Arquivo -

Ex-secretário adjunto foi solto nesta terça-feira

Transferir da Justiça Federal para a Estadual o processo que julga envolvimento do ex-secretário adjunto de Fazenda de André Puccinelli (PMDB), André Luiz Cance, em suposto esquema de desvio de recursos foi uma das estratégias utilizada pela defesa, que não convenceu o desembargador Paulo Fontes, do TRF (Tribunal Regional Federal). Para justificar o pedido, os advogados afirmaram que as investigações da Polícia Federal estariam concentradas em desvios de recursos estaduais utilizados na construção do , obra emblemática da gestão Puccinelli até hoje não finalizada.

Cance é investigado por envolvimento em suposto esquema de desvio de recursos. A apuração deflagrou, na semana passada, a 4ª fase da Operação Lama Asfáltica, a Máquinas de Lama. O ex-secretário adjunto foi preso na quinta-feira (11), mas habeas corpus acabou sendo aceita pela justiça nesta terça-feira (16) e ele deixou o centro de triagem do Presídio de Segurança Máxima da Capital.

Enquanto ainda tentavam a soltura do cliente, os advogados José Wanderley Bezerra Alves, Antonio Ferreira Junior e Gustavo Marques Ferreira entraram no TRF 3ª região com pedido de Habeas Corpus. Além de pedir, claro, a soltura de Cance, os defensores também solicitaram à Justiça que o processo fosse analisado no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e não na Justiça Federal, como ocorre atualmente.

Para os advogados, a competência do julgamento seria da justiça estadual porque um dos principais objetos da apuração da PF são desvios de recursos do Estado investidos na obra do Aquário, citado pelo magistrado como Aquário de . “Alegam os autores que os delitos apurados, notadamente fraudes e pagamento de propinas na contratação do ‘Aquário de Campo Grande’, seriam de competência da Justiça Estadual”.

Cance tentou tirar processo da Justiça Federal justificando desvios do Aquário

Ao revogar a prisão preventiva, no entanto, o desembargador impôs a André Cance algumas medidas cautelares, como comparecimento mensal em juízo para justificar suas atividades, proibição de deixar a cidade onde reside por mais de 15 dias sem autorização do juízo e entrega do passaporte ao juízo no prazo máximo de 5 dias.

O aquário

Com custo inicial de R$ 84.749.754,23, o Aquário do Pantanal contabiliza desde 2011 até agora inúmeras suplementações que fizeram o preço passar da casa dos R$ 200 milhões.

Há pouco mais de 1 ano, a obra foi retomada meses depois de ficar parada. Houve acordo judicial para que os trabalhos continuassem e que a obra fosse finalmente terminada.

A Egelte, empresa responsável pela obra que acabou sublocando os trabalhos para a Proteco Construções a partir de 2013, exigia auditoria antes de voltar ao canteiro de obras. No entanto, o Governo do Estado, já na gestão Reinaldo Azambuja (PSDB), se negava a fazer o detalhamento.

O Tribunal de Justiça, então, interviu e propôs conciliação. No último encontro entre as partes, a Agesul estimava um custo final de R$ 230 milhões, enquanto a empreiteira falava em R$ 240 milhões, sendo que R$ 200 milhões já foram gastos na obra, que foi novamente paralisada no ano passado e segue sem previsão de conclusão.

Operação

Ao todo, 270 agentes da PF, CGU (Controladora Geral da União ) e Receita Federal desenvolveram as ações da Máquinas de Lama, quarta fase da Operação Lama Asfáltica, nos municípios sul-mato-grossenses de Campo Grande, Nioaque, Porto Murtinho e Três Lagoas, além de (SP) e Curitiba (PR). Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva, nove de condução coercitiva, 32 de busca e apreensão além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas.

A investigação tem como objetivo desbaratar Organização Criminosa suspeita de desviou recursos públicos por meio do direcionamento de licitações públicas, superfaturamento de obras públicas, aquisição fictícia ou ilícita de produtos e corrupção de agentes públicos. Os recursos desviados passaram por processos de ocultação da origem, resultando na configuração do delito de lavagem de dinheiro.

A nova fase da investigação decorre da análise dos materiais apreendidos em fases anteriores, reunidos com fiscalizações, exames periciais e diligências investigativas, as quais permitiram aprofundar o conhecimento nas práticas delituosas da Organização Criminosa. Restaram ratificadas as provas de desvios e superfaturamentos em obras públicas, com o direcionamento de licitações e o uso de documentos ideologicamente falsos a justificar a continuidade e o aditamento de contratos, com a conivência de servidores públicos. Os valores repassados a título de propina eram justificados, principalmente, com o aluguel de máquinas. As investigações demonstraram que estas negociações eram, em sua maioria, fictícias, com o único propósito de aparentar uma origem lícita aos recursos financeiros.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Vai viajar? Confira os trechos interditados da BR-163 neste fim de semana

Desatenção é a causa, diz adjunta da Agetran sobre acidentes em Campo Grande

futebol cezário

Cezário recorre ao STJ para voltar ao comando do futebol de MS ‘no tapetão’

casas talisma

Custo da construção por metro quadrado em MS sobe para R$ 1.760,73, aponta IBGE

Notícias mais lidas agora

Disputa por R$ 10 milhões: área doada para megaindústria chinesa BBCA está abandonada

Operação que teve como alvo Mato Grosso do Sul apreendeu R$ 29 milhões de organização criminosa

rota da celulose

Com investimento de R$ 217 milhões, Consórcio K&G leva Rota da Celulose em MS

Programa Criança Feliz

Último dia: processo seletivo oferta 39 vagas para supervisor e visitador do programa Criança Feliz

Últimas Notícias

Brasil

INSS vai devolver R$ 292 milhões a aposentados com descontos ilegais

Devolução de abril é primeira etapa de plano de ressarcimento

Polícia

Polícia investiga estupro de menino de 9 anos em escola rural de MS 

Menino estava com sangramento nas partes íntimas

Polícia

Condenado por estuprar criança de 11 anos é preso no interior de MS

Homem foi condenado a 9 anos e quatro meses

Cotidiano

Fórum de Dourados participa da emissão de registro nas comunidades indígenas

Atendimentos acontecem de 14 a 16 de maio, das 9 às 16h