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Polícia

Adolescentes acusados de matar e roubar idoso ficam livres por ‘informações insuficientes’ sobre o crime

Quarto adolescente foi identificado, mas teve pedido de apreensão negado pelo juiz
Danielle Errobidarte -
Com os adolescentes foram recuperados os dois veículos subtraídos, vários objetos pessoais e apreendidas duas armas de fogo (Foto: arquivo pessoal)

O juiz da comarca de Itaquiraí – cidade a 402 quilômetros da Capital – negou o pedido de internação provisória dos três adolescentes apreendidos por envolvimento no latrocínio de Luiz Venitte Reina, de 68 anos, morto a tiros na terça-feira (9). A decisão foi tomada na noite desta sexta-feira (12) e considerou não haver provas de autoria suficientes. O corpo de Luiz ainda não foi encontrado, pois teria sido jogado em um rio.

Os dois menores apreendidos em Itaquiraí – de 16 e 17 anos – tiveram liberdade concedida durante audiência de custódia na quinta-feira (11). Já sobre o adolescente de 16 anos, apreendido em Campo Grande com uma criança de 11 anos – e por isso, acusado também de crime análogo à subtração de incapaz –, foi determinado que fosse transferido para a (Unidade Educacional de Internação).

Entretanto, o delegado responsável pelas investigações, Eduardo Lucena, representou pela internação provisória deles, alegando ser necessária a internação como forma de garantir a ordem pública e assegurar a integridade dos adolescentes, “pois o caso gerou grande repercussão social na cidade”. Além disso, foi anexado o depoimento da mãe de um dos adolescentes afirmando que o filho “é uma pessoa violenta”, em que ela pede pela internação do menor.

O juiz substituto da comarca de Itaquiraí, Felipe Brigido Lage, indeferiu o pedido, alegando que o fato da mãe de um dos adolescentes “ter receio por ele ser uma pessoa extremamente agressiva não é novo e não fundamenta a necessidade de internação provisória, pois não tem ligação com o latrocínio”.

Além disso, o juiz considerou temerária a internação provisória, justificando que “os elementos investigativos até então apurados não trouxeram informações suficientes para averiguar a participação e o envolvimento de cada adolescente na prática desses atos, pois as circunstâncias ainda estão sendo apuradas”.

O menor de 16 anos, que havia sido transferido para a Unei, teve o pedido de manutenção da apreensão negada e também será solto. Segundo o delegado, o quarto adolescente que estava foragido foi identificado após os outros três prestarem depoimento e confessarem o crime, mas o juiz teria negado o pedido de apreensão feito para ele.

Entenda o caso

O adolescente de 16 anos apreendido em Campo Grande depois de se envolver no assassinato do idoso Luiz, percorreu junto dos outros três adolescentes mais de 500 quilômetros, na tentativa de vender a camionete roubada. Três foram apreendidos, dois em Itaquiraí e um na Capital. Um dos garotos continua foragido.

Em depoimento, o garoto contou que foi convidado por outro adolescente para cometer o roubo da camionete e da motocicleta de Luiz. Um dos envolvidos já teria trabalhado para o e passou todas as coordenadas. Eles teriam ido até um conhecido para pedir uma espingarda emprestada e afirmaram que seria para caçar perto do rio. No dia do crime, um dos adolescentes pediu para o pai que o deixassem próximo ao rio para caçarem.

Já no rio, os adolescentes foram a pé até a casa de Luiz, onde encontraram a vítima na porta da residência. Eles começaram a conversar com a vítima e disseram que estavam a espera de uma carona, pois chovia naquele momento. Nesse meio tempo, Luiz pediu para ver a espingarda que o adolescente carregava.

Luiz chegou a perguntar se o adolescente queria vender a arma, e o garoto respondeu que venderia pelo valor de R$ 700, mas o idoso devolveu a arma dizendo que iria pensar. O garoto ainda revelou perceber que Luiz carregava em sua cintura um revólver.

Quando Luiz saiu do interior da casa foi surpreendido pelo adolescente que atirou contra seu abdômen. A vítima tentou reagir e tirar da cintura a arma, mas caiu no chão de barriga para baixo, assim, o garoto desferiu mais um tiro na nuca de Luiz. Ele chegou a dizer que deu o outro tiro mesmo sabendo que Luiz já estava morto.

Mais de 500 km de viagem

Após o assassinato, os adolescentes roubaram a camionete e a motocicleta, colocaram o corpo na carroceria da Hilux e jogaram a vítima no Rio Amambai. Os garotos, então, foram até a cidade de , chegando ao município às 21h20, para tentar vender a Hilux pelo valor de R$ 50 mil, mas não conseguiram achar comprador.

Depois foram para a cidade de , chegando por volta das 22h20, e lá também não conseguiram vender a camionete. Eles então voltaram para Itaquiraí e novamente foram até a casa de Luiz de onde levaram vários objetos e bebidas da vítima. Durante todo o percurso nas rodovias do Estado, os adolescentes não foram parados pela polícia.

Em seguida, apenas um dos adolescentes na condução da camionete resolveu seguir para Campo Grande, mas antes passou na casa de sua namorada de 11 anos para levá-la com ele. O garoto foi para casa de sua irmã e contou que havia cometido o crime, escondendo a arma embaixo da geladeira da residência. Em seguida, ele foi junto da criança para casa do sogro da irmã e foi localizado pela polícia dormindo na Hilux junto da menina.

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