Ainda não foi localizado o corpo de Luiz Venitte Reina, de 68 anos, vítima de latrocínio, morto com dois tiros no Assentamento Santa Rosa em Itaquiraí, cidade a 404 quilômetros de Campo Grande, na última terça-feira (9). A família da vítima e os Bombeiros fazem as buscas no Rio , onde o corpo foi jogado.

Dois adolescentes, de 16 e 17 anos, envolvidos no latrocínio e ocultação de cadáver foram liberados pela Justiça após audiência de custódia nesta quinta-feira (11). Ao todo, são quatro adolescentes apontados por participar do crime. Os dois liberados foram apreendidos em , um em e outro ainda não foi localizado.

O menor apreendido em Campo Grande, que também tem 16 anos, foi encaminhado à Unei (Unidade de Educacional de Internação). No momento de sua apreensão, ele estava com uma menina de 11 anos, com quem tinha relacionamento amoroso.

As apreensões foram feitas por policiais civis de Itaquiraí e da Dracco (Diretoria de Repressão à e ao Crime Organizado), em Campo Grande.

Com os três adolescentes foram recuperados os dois veículos subtraídos, vários objetos pessoais e apreendidas duas armas de fogo: um revólver calibre .38 e uma espingarda roubados da vítima. Já a menina de 11 anos foi deixada sob custódia do Conselho Tutelar para que fosse reintegrada à família.

Caso

O adolescente de 16 anos apreendido em Campo Grande, depois de se envolver no assassinato do idoso, percorreu junto dos outros três adolescentes mais de 500 quilômetros, na tentativa de vender a camionete Hilux roubada. Três foram apreendidos, dois em Itaquiraí e um na Capital. Um dos garotos continua foragido.

Em depoimento, o garoto contou que foi convidado por outro adolescente para cometer o roubo da camionete e da de Luiz. Um dos envolvidos já teria trabalhado para o idoso e passou todas as coordenadas. Eles teriam ido até um conhecido para pedir uma espingarda emprestada e afirmaram que seria para caçar perto do rio. No dia do crime, um dos adolescentes pediu para o pai que o deixassem próximo ao rio para caçarem.

Já no rio, os adolescentes foram a pé até a casa de Luiz, onde encontraram a vítima na porta da residência. Eles começaram a conversar com a vítima e disseram que estavam à espera de uma carona, pois chovia naquele momento. Nesse meio tempo, Luiz pediu para ver a espingarda que o adolescente carregava.

Luiz chegou a perguntar se o adolescente queria vender a , e o garoto respondeu que venderia pelo valor de R$ 700, mas o idoso devolveu a arma dizendo que iria pensar. O garoto ainda revelou perceber que Luiz carregava em sua cintura um revólver.

Quando Luiz saiu do interior da casa foi surpreendido pelo adolescente que atirou contra seu abdômen. A vítima tentou reagir e tirar da cintura a arma, mas caiu no chão de barriga para baixo, assim, o garoto desferiu mais um tiro na nuca de Luiz. Ele chegou a dizer que deu o outro tiro mesmo sabendo que Luiz já estava morto.

Mais de 500 km de viagem

Após o assassinato, os adolescentes roubaram a camionete e a motocicleta, colocaram o corpo na carroceria da Hilux e jogaram a vítima no Rio Amambai. Os garotos, então, foram até a cidade de Japorã, chegando ao município às 21h20, para tentar vender a Hilux pelo valor de R$ 50 mil, mas não conseguiram achar comprador.

Depois, foram para a cidade de Mundo Novo, chegando por volta das 22h20, e lá também não conseguiram vender a camionete. Eles então voltaram para Itaquiraí e novamente foram até a casa de Luiz de onde levaram vários objetos e bebidas da vítima. Durante todo o percurso nas rodovias do Estado, os adolescentes não foram parados pela polícia.

Em seguida, apenas um dos adolescentes na condução da camionete resolveu seguir para Campo Grande, mas antes passou na casa de sua namorada de 11 anos para levá-la com ele. O garoto foi para casa de sua irmã e contou que havia cometido o crime, escondendo a arma embaixo da geladeira da residência. Em seguida, ele foi junto da criança para casa do sogro da irmã e foi localizado pela polícia dormindo na Hilux junto da menina.