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Dólares em borracharia e profecias: relembre como foi a visita do Papa João Paulo II a Campo Grande

No Dia do Papa, relembre momentos marcantes da visita do pontífice à Capital há 31 anos
Monique Faria -
Foto: Kísie Ainoã/ Midiamax

Dia 29 de junho é comemorado o Dia do Papa, e nada mais especial do que relembrar, nesta data, a passagem do “Papa Peregrino”, agora Santo João Paulo II, a , no ano de 1991. O dia em que o Pontífice desembarcou na Capital é guardado com muito carinho e orgulho por muitos campo-grandenses que presenciaram este momento.

João Paulo II foi recebido na Base Aérea de Campo Grande pelo então Arcebispo, Dom Vitório Pavanello, às 19h28, do dia 16 de outubro. Saindo de lá, o Papa se dirigiu à Casa da Missão Salesiana, onde repousaria até a manhã seguinte, quando realizaria suas atividades pela cidade. A comitiva Papal se tornou uma verdadeira carreata, com os moradores da cidade contentes em acompanhar o líder da Igreja Católica.

Papamóvel vai parar em borracharia do bairro São Francisco

Na manhã do dia 17, João Paulo II foi visitar o hospital São Julião, e levou palavras de conforto e esperança aos doentes. O compromisso seguinte seria a celebração de uma missa no então terreno do bairro Santo Amaro, que hoje se tornou a ‘Praça do Papa’. Porém, durante o percurso houve um imprevisto: o pneu do “Papamóvel”, carro que transportava o líder religioso, furou quando cruzava o bairro São Francisco.

Nesta ocasião, um borracheiro da região salvou o dia, ao prestar o serviço de reparo às pressas. O borracheiro em questão era Ataíde Selles, dono da Borracharia União. Ataíde não quis cobrar o serviço, mas acabou recebendo dois dólares, que guardou por anos na carteira.

Foto: Monique Faria/ Midiamax

Ataíde faleceu em 2013, aos 61 anos, mas, enquanto vivo, contava com orgulho a história do dia em que prestou serviços à comitiva Papal.  Devido ao acontecimento, a borracharia passou a se chamar ‘Borracharia União do Papa’. Hoje, a borracharia não existe mais, mas quem guarda os dólares, junto com a história de Ataíde, é o seu filho, Aiton Selles, de 33 anos.

Ataíde na borracharia que ficou conhecida após o episódio com o Papa. (Foto: Arquivo pessoal)

Ailton guarda as notas junto com uma foto do pai, e afirma que é uma recordação especial de uma das histórias que ele contava em vida. “Para ele foi muito importante, e não deixa de ser muito importante para mim também”, comenta.

Ataíde não chegou a ter conhecimento da canonização de João Paulo II, que aconteceu em 2014, mas de acordo com Ailton, o pai teria ficado com orgulho. “Ele iria ficar de peito cheio”, afirma.

Encontro com leigos na Catedral Santo Antônio

A missa na Praça do Papa reuniu mais de cem mil pessoas, cerca de um quarto da população total de Campo Grande na época. João Paulo II falou sobre a família como base da sociedade e o discurso é lembrado até hoje por muitos fiéis.

Após a celebração, o líder religioso se dirigiu à Catedral Santo Antônio para se reunir aos leigos da Igreja Católica. Na ocasião, cerca de 150 participantes ficaram em retiro das 8h da manhã às 16h da tarde, momento em que foram se encontrar com o Papa na Igreja escolhida para a atividade.

Economista aposentado, Thales de Souza Campos integrou o grupo dos leigos e lembra com clareza que o Papa fez ali algumas profecias. “Uma delas era, principalmente, a questão da falta de vocação, que chamou a atenção de nós leigos para a necessidade de termos vocação”, conta.

Uma segunda profecia de João Paulo II foi a situação futura do mundo. “Ele deixou claro para nós que o mundo estaria caminhando para uma inversão total da moralidade, das coisas de Deus, e das coisas que devem ser respeitadas”, explica Thales.

O Papa citou a mudança de mentalidade dos seres humanos, e, em outras palavras, comentou sobre a relação entre a moral e tecnologia. “A questão da tecnologia ainda não estava muito clara naquela época, mas ele nos alertava para isso”, afirma o aposentado.

De acordo com Thales, a terceira profecia foi sobre o dever da população de ajudar os menos favorecidos. “João Paulo II deixou muito claro sobre a necessidade nossa de atendermos os menos favorecidos, mas com lealdade e verdade”, conclui.

Thales guarda com carinho e sabedoria os ensinamentos de João Paulo II, e de recordação conserva o crachá que recebeu para participar do evento.

Crachá recebido por Thales de Souza na reunião dos leigos (Foto: Arquivo Pessoal)

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