O Centro de Educação Infantil (Ceinf) do bairro Oiti está pronto desde junho de 2013 e até agora não foi inaugurado. As mães temem que este ano a cena se repita e seus filhos continuem sem vagas próximas de casa.
”Ano passado fizeram pré-matrícula e prometeram que em 15 dias começariam as aulas e até agora nada”, disse a professora Etienne Higueira, de 30 anos. Ela tem uma filha de dois anos, que por sorte conseguiu uma vaga no Ceinf do bairro ao lado.
Já Nadia Maria Arce, confeiteira de 37 anos, não teve essa sorte e reveza os horários de trabalho com o marido para cuidarem do filho de dois anos. “Estou desde julho esperando essa vaga”, lamentou.
Ano passado, o Midiamax mostrou o Ceinf fechado em agosto. Nesta terça-feira (21) a reportagem voltou ao local e constatou um abandono ainda maior, com mato alto e diversas pichações.
A secretária de Assistência Social, Thais Helena, ano passado respondeu por diversas vezes que o Ceinf não tinha sido inaugurado porque faltava o repasse de recursos federais para a compra do mobiliário – que de fato não há nenhum no local até agora, como constatado hoje.
A partir de ontem (20) a responsabilidade dos Ceinfs passaram da SAS para a Secretaria de Educação. A reportagem entrou em contato com o secretário, José Chadid, para saber quando é a previsão de inauguração, mas ele não atendeu as ligações e nem retornou.
As aulas nos ceinfs começam dia 5 de fevereiro, assim como nas escolas municipais públicas. Para a construção do Ceinf do Oiti foram investidos R$ 2.014.191,34, via convênio municipal com o Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, conforme placa informativa no local.
Falta de vagas
Apesar de pais denunciarem ao Midiamax a falta de vagas em Ceinfs a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande respondeu que não há filas de esperas nas escolas municipais e nem Ceinfs e que todos que pleitearem uma vaga serão atendidos em uma unidade escolar. Até o momento a assessoria não respondeu qual é a demanda reprimida e nem quantas vagas a mais estão sendo oferecidas em relação ao ano passado.
Segundo os três conselhos tutelares da cidade, a procura é grande de pais que não conseguem vagas direto com a secretaria e vão aos conselhos. Exemplo dado pelo Conselho da Região Sul foi que em agosto do ano passado 66 solicitações de vagas foram feitas, mas só seis foram atendidas e eles calculam que a demanda reprimida seja de pelo menos duas mil vagas.
