A banda campo-grandense Whisky de Segunda está com data marcada para o lançamento do seu primeiro disco: 25 de outubro. O álbum foi gravado nos EUA, no último mês, após convite do bluesman Breezy Rodio, que já tocou em Campo Grande e se encantou com o som dos meninos.
Vocalista do grupo, Robson Pereira conta que a viagem planejada com meses de antecedência, porque tudo foi bancado por eles, de passagem a pagamento dos músicos americanos, superou em muito as expectativas da banda. “Fomos de guarda baixa sem esperar muita coisa. Mas quando chegamos lá tudo fluiu de forma sensacional. Os caras são incríveis e trataram a gente de igual para igual”, conta.
O guitarrista, Jefferson Pasa, concorda e diz, ainda empolgado, que tudo foi 100 vezes melhor do que ele poderia imaginar. “A viagem foi mais que um sonho. Conseguimos segurar a ansiedade e tudo ocorreu perfeitamente bem, até um problema que tivemos na alfândega se resolveu”, conta.
O problema foram as camisetas da banda que eles levaram para distribuir. A alfândega não queria liberar o material, mas quando eles disseram que iriam para Chicago gravar um CD, e que eles tocavam blues, a surpresa – o agente também era de Chicago. Ele se sensibilizou e liberou as camisetas. Uma, inclusive, foi deixada no Museu do Blues, em Clarksdale, no Mississipi.
Gravações
A gravação ocorreu em três dias, o local escolhido foi o Studio Joy Ride, que já gravou como os maiores nomes do blues mundial. “Gravamos tudo em três dias, na pauleira. Era o tempo que tínhamos e gravamos das 8 da manhã às 4 da madrugada, sem parar”, conta Jefferson.
Participaram da gravação do disco Breezy Rodio, Laurrie Bell, Ormar Coleman, Carl Wheatherby, Jen Willians, Marty Bider, E.G., entre outros nomes que fazem a história do estilo.
“Incrível o profissionalismo dos caras”, conta Robson, salientando ter ficado muito impressionado com o profissionalismo de todos, e principalmente do engenheiro de som Briam Leach. “O cara é considerado o mestre do blues em Chicago. Quando fomos nem sabíamos quem ele era direito”, diz.
Rota do blues
Depois de terem gravado o material, os meninos percorreram a Rota 61, que á rota do blues. Passaram pelo Museu do Blues, que fica em Clarksdale, no Mississipi e deixaram uma das camisetas deles estampadas na parede. “Quando fomos a curadora não estava lá. Então deixamos a camiseta, depois ela nos enviou um email contando que tinha aceitado a camiseta e que ela seria exposta no museu”, contam.
“Somos a única banda de blues daqui que deixou a marca lá”, comemora Robson.
Convite
E quem pensa que a viagem parou por ai se engana. Depois de terem conhecido os grandes e tocado com eles, os meninos receberam um convite para participar do Festival de Blues de New Orleans e possivelmente irão para lá no próximo ano tocar. “Se tudo der certo vamos participar desse festival que é só com bandas de blues não americanas. Vamos ver. O convite foi feito”, finaliza Robson.
