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Cotidiano

Estudo encontrou três tipos de agrotóxicos em rios que abastecem assentamento de MS

Água contaminada era usada para uso de moradores e criação de animais
Clayton Neves -
Coleta de água no Assentamento Eldorado II, Sidrolândia. (Foto: Bruno Santiago -CPT).

Pesquisa realizada pela Campanha Nacional em Defesa do Cerrado em parceria com a CPT (Comissão Pastoral da Terra) identificou presença de agrotóxicos na água de sete comunidades que fazem parte do cerrado brasileiro, inclusive, em , onde testes detectaram a presença de três diferentes inseticidas agrícolas em rios e açudes. 

Além de Mato Grosso do Sul, participaram da pesquisa Bahia, Maranhão, Goiás, Piauí, Tocantins e Mato Grosso. No Estado, amostras foram coletadas em cinco rios e dois açudes no entorno do Eldorado II, em . Após análises, o estudo detectou a presença de Glifosato em 66, 66% da água coletada,  2,4-D em 16,66%  e Atrazina em 12,50 % dos recipientes.

No relatório, técnicos que acompanharam a pesquisas pontuaram que os agrotóxicos estavam misturados às águas das comunidades, “sejam elas para beber, cozinhar, nadar ou cuidar dos animais e das roças e roçados”. 

(Clique aqui e confira na íntegra o estudo sobre a água do assentamento em Sidrolândia)

Agrotóxico em MS

Conforme dados do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, compartilhados pela (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), Mato Grosso do Sul é o sétimo maior consumidor de agrotóxicos do , que por sua vez, é o País que mais utiliza o produto. 

 Só entre 2007 e 2012, a taxa de consumo no Estado saltou de 4,44 quilos por hectare para 10,69 quilos por hectare, enquanto a área plantada se manteve em 3 milhões de hectares.

Coleta de água no Assentamento
Eldorado II, Sidrolândia. (Foto: Bruno
Santiago -CPT).

No Brasil, Glifosato, 2,4-D e a Altrazina, ambos encontrados nos rios de Sidrolândia, têm uso autorizados no País, no entanto, os mesmos itens são proibidos em países da União Européia, por exemplo. “Pelo fato de serem altamente tóxicos e perigosos ao meio ambiente e à saúde”, pontua o texto de conclusão do estudo da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado.

Comparando a legislação brasileira com a da União Européia, é possível notar ainda a discrepância na regulação dos valores máximos de resíduos permitidos em água potável

Enquanto são a Europa autoriza 0,1 micrograma de 2,4-D por litro de água, o limite no Brasil chega a 30 micrograma por litro, índice 300 vezes maior. Em relação ao Glifosato a diferença é ainda mais alarmante. Enquanto na União Européia o limite contínua 0,1 micrograma por litro, no Brasil atinge 500 microgramas, 5 mil vezes maior. 

“Esse resultado impressiona, seja pela presença cotidiana dessas substâncias na vida das comunidades que têm enfrentado a contaminação das águas, dos bens comuns – solos, roças e alimentos – e de seus próprios corpos; seja pelo fato de que ainda há dificuldades para analisar a presença de resíduos de agrotóxicos na água”, pontua o relatório. 

Por conta do risco à saúde e de contaminação em animais e humanos, legislação estabelece normas sobre o uso, produção, consumo, comércio e o armazenamento dos agrotóxicos em Mato Grosso do Sul (Clique aqui e confira a lista de exigências sobre a utilização e manejo)

Glifosato

Agrotóxico mais vendido no mundo é indicado para controle de ervas daninhas em lavouras em uma diversidade de produções, entre elas, lavouras de de arroz, cana-de-açúcar, milho, maçã, café, citros,, pastagens, soja, fumo, uva, cana-de-açúcar e algodão. É usado também, para culturas de ameixa, banana, cacau, nectarina, pêra, pêssego e seringueira.

No início do uso, o produto não podia ser aplicado durante o plantio porque matava também a produção cultivada, no entanto, com a soja geneticamente modificada, resistente ao glifosato, isso já é possível

2,4-D

Na bula, o  2,4-D é apresentado como “herbicida seletivo para aplicação no controle de plantas infestantes nas culturas de trigo, milho, soja, arroz (irrigado e de sequeiro), aveia, sorgo, cana-de-açúcar, café e pastagens de braquiária”. Atualmente, o produto é o segundo mais comercializado no Brasil e o terceiro no mundo.

Nas lavouras do País, o 2,4-D é aplicado, principalmente, para combater plantas daninhas no milho e soja. Em outras regiões, é frequentemente usado em lagos para eliminar plantas indesejadas.

Altrazina

Herbicida caracterizado pela ação específica sobre plantas daninhas de folhas largas, entre elas espécies de difícil controle o agrotóxico é recomendado no cultivo de cana-de-açúcar e milho,

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